Antonio Oliver (1903-1968) foi um poeta espanhol, também destacado como crítico literário, historiador da arte espanhola, ensaísta e biógrafo. Ele também foi fundador e professor da primeira Universidade Popular de Cartagena.
A influência de sua família de intelectuais o aproximou da leitura de Rubén Darío e Juan Ramón Jiménez. Graças a isto surgiram os seus primeiros versos, inspirados na paisagem da sua estância de veraneio na costa de Múrcia, iniciando as suas colaborações com a página literária da verdade, em Murcia.
Pertenceu à Geração de 27, e ao longo de sua obra manteve um estilo ligado ao modernismo, inspirado, fundamentalmente, na obra de Rubén Darío, de quem resgatou seu arquivo e o publicou em 1968. Sob essa tendência literária, o escritor, apesar das contracorrentes nascidas no período pós-guerra.
Na juventude viu-se obrigado a conciliar a veia literária com outras atividades, devido à precária situação econômica de sua família. Por esse motivo, fez concurso público e obteve um cargo na Organização das Comunicações em 1922, onde trabalhou até 1939, atuando na área de telegrafia durante a Guerra Civil..
Em 1938, eles detectaram uma doença cardíaca que o acompanhou pelo resto de sua vida; endocardite reumática. Sua condição física o marcou emocionalmente, tornando-o um ser taciturno, somado à separação de sua esposa durante e após a guerra, por ter sido preso por rebelião militar..
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Do casamento de Francisco de Paula Oliver Rolandi e Encarnación Belmás Jiménez, em 29 de janeiro de 1903, Antonio Oliver Belmás nasceu em Cartagena. O escritor era o quinto filho da família. Seu pai faleceu em 1915, mergulhando a família em uma situação precária que mudou o curso de vida de Antonio Oliver..
Oliver cursou o ensino médio no Instituto Técnico Geral de Cartagena, que terminou em 1918. Foi então que assumiu a oposição ao Corpo de Telégrafos, com a intenção de sanar a situação econômica da família após a morte de seu pai.
Em 1927 começou a estudar filosofia e letras na Universidade de Murcia, que teve de interromper devido ao encerramento da universidade..
Em 1927, Oliver conheceu Carmen Conde, com quem se casou em dezembro de 1928. Juntos formaram um casal comprometido com a obra literária, cujo primeiro fruto do trabalho foi a fundação da Universidade Popular de Cartagena. Nele realizaram uma ampla tarefa cultural e deram workshops e conferências com figuras notáveis da intelectualidade espanhola..
Porém, na esfera mais íntima, o casamento não teve a mesma relevância. A única filha concebida nasceu ainda. Por outro lado, o fato de a guerra ter levado Oliver a destinos tão distintos separou geograficamente o casal em diferentes períodos de tempo..
Finalmente, Carmen Conde estabeleceu uma amizade especial com Amanda Junquera Butler, esposa do professor universitário Cayetano Alcázar. Essa relação rompeu a intimidade do casamento, embora Conde e Oliver tenham permanecido juntos até a morte do escritor..
Durante a Guerra Civil Espanhola, Oliver decidiu se juntar ao exército republicano e foi designado para a Frente Sul da Andaluzia como primeiro oficial do Corpo de Telégrafos. Lá cuidou da Estação Popular da Rádio Frente nº 2. De lá foi transferido para Jaén, e depois para Úbeda e Baeza, tendo como último destino a cidade de Baza..
Anonimamente, refugiou-se na casa da irmã, em Murcia, em 1939, e no final da guerra foi acusado do crime de rebelião militar. Foi forçado ao confinamento forçado pelo regime de Franco e, após obter o benefício da prisão atenuada em casa, passou a escrever sob o pseudônimo de Andrés Caballero.
Já no pós-guerra, e sob este pseudônimo, em 1944 publicou três obras: O Escultor Salzillo, De Cervantes à Poesia Y Garcilaso (capitão e poeta). Os dois primeiros foram publicados graças à atuação de sua esposa como assessora literária da Editorial Alhambra.
Depois de obter a liberdade definitiva em 1947, Oliver voltou a Madrid. Demorou 20 anos para concluir formalmente os estudos e foi nesse ano, enfim, que conseguiu se formar em filosofia e letras na universidade da capital..
O facto de, logo que se formou, passar a leccionar no Instituto Cervantes e na Universidade de Madrid, onde se formou. Após a sua formatura, sete anos depois, conseguiu fazer o doutoramento no mesmo ramo, no referido campus de estudos, em 1954, obtendo nas suas habilitações o grau de extraordinário.
Na capital espanhola, Oliver iniciou suas pesquisas sobre Rubén Darío e conseguiu visitar a última companheira da poetisa nicaragüense, fazendo-a transferir o arquivo de Rubén Darío ao Ministério da Educação Nacional..
Em 1956, o escritor recebeu uma bolsa da Fundação March para a realização da biografia de Rubén Darío, que publicou com o título Este outro Rubén Darío. Naquela época, ele também fez um extenso trabalho como crítico da revista A verdade. Além disso, Oliver realizou trabalhos sobre a Idade de Ouro, e estes se destacaram.
O problema do coração que afetou Oliver desde jovem não o deixou sozinho. Na velhice, o quadro se tornou mais perceptível, porém o escritor não parava de trabalhar profusamente. Como resultado de seus esforços, o Obras completas, por Rubén Darío.
Porém, em 1968, aos 65 anos, a morte surpreendeu Antonio Oliver em Madri, em decorrência da citada complicação de cardiopatia..
Com seus primeiros versos coletados no livro Mastro, Em 1925, inseriu-se na linha lírica da Geração de 27. Tinha uma poesia simples e ingênua, carregada de neopopularismo, com um uso constante da metáfora. Já em seu segundo livro, Tempo Zenith, inscrito, sem dúvida, na vanguarda do criacionismo.
A partir de Horário zenital em diante, podemos ver como ele manteve a perfeição na rima e o jeito na linguagem, a partir da qual buscou a maior expressividade e renovação..
Ele enfatizou os efeitos visuais e evitou anedotas e descrições, sendo sua poesia um instrumento que transforma o poeta em uma divindade de criação absoluta..
Embora figuras importantes como Leopoldo de Luis quisessem enquadrá-lo no estilo ultraísta, a leitura da obra de Oliver permite verificar com os elementos acima mencionados sua pertença ao criacionismo com ligeiros matizes líricos..
- Mastro (1923-1925).
- Tempo Zenith (1932).
- Elegia para Gabriel Miró (1935).
- Canção fúnebre de Manolete (1947).
- Livro de louvores (1947).
- Loas arquitetônicos (1951).
- Canção doentia em elogios à cobaia, Separata de Folia Humanística (1967).
- De Cervantes à poesia (1944).
- Panorama poético espanhol (1948).
- Antonio Machado: ensaio crítico sobre o tempo em sua poesia (1950).
- José Planes. Estudar (1954).
- Este outro Rubén Darío (1960).
- Vida e obra de Lope de Vega (1963).
- Garcilaso de la Vega (1965).
- José Gálvez e o modernismo (1974, póstumo).
- Última vez com Rubén Darío. Literatura hispano-americana e espanhola (1978, póstumo).
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