Uma pesquisa recente identificou o estresse na gravidez como um problema sério que pode ter consequências graves para o bebê. De acordo com os resultados obtidos pelos cientistas, se não for controlada a tempo, pode afetar o desenvolvimento social e comportamental do recém-nascido, bem como a memória, aprendizagem e coordenação motora.
Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde mental atualizem seus conhecimentos por meio de formação continuada em psicologia, com o objetivo de incorporar as novas descobertas das evidências científicas em sua prática clínica.
A equipe de pesquisa interessou-se por esse objeto de estudo ao detectar que um alto percentual de mulheres com diagnóstico fetal de cardiopatia congênita (DCC) também manifestava estresse, ansiedade e depressão.
De acordo com Catherine Limperopoulos, principal autora deste estudo do Hospital Nacional da Criança, Igualmente preocupante é a alta porcentagem de mulheres grávidas que manifestam sofrimento psíquico em geral. E acrescenta "para nós é ainda mais importante identificar precocemente essas mulheres para intervir".
Depois que o estudo foi concluído, a equipe de Limperopoulos descobriu que estresse durante o segundo trimestre foi associado a um cerebelo menor e hipocampo esquerdo. Da mesma forma, outras regiões específicas, como o lobo cerebelar esquerdo, eram mais propensas a causar retardo de crescimento..
O hipocampo é uma estrutura cerebral fundamental para o aprendizado e a memória, enquanto o cerebelo é responsável pelo controle da coordenação motora, desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento social e comportamental..
Da mesma forma, o hipocampo é caracterizado por crescer mais rápido do que qualquer outra estrutura cerebral, sendo também especialmente sensível ao estresse, então, o diagnóstico de CHD no feto pode afetar seriamente o desenvolvimento do bebê.
A pesquisa analisou dados de um total de 140 mulheres, das quais 48 receberam o diagnóstico de DAC em seu bebê durante a gravidez e 92 cuja gestação se desenvolveu sem complicações. Por meio dessa amostra, eles observaram que:
Os especialistas obtiveram esses dados por meio de 223 sessões de ressonância magnética fetal entre as semanas 21 e 40. Da mesma forma, eles também mediram o volume do cérebro em centímetros cúbicos e realizaram medições volumétricas para regiões-chave, como cerebelo, tronco cerebral e cérebro. Hipocampo esquerdo e direito.
Por outro lado, nenhuma das 140 mulheres neste estudo havia passado por estresse pré-natal ou rastreamento de ansiedade. Da mesma forma, eles não estavam em tratamento nem haviam recebido intervenções de saúde mental.
O motivo desta falta de assistência não foram os recursos financeiros, segundo os dados que os investigadores conseguiram recolher, pelo que Limperopoulos afirma que é essencial realizar esses tipos de testes em uma base de rotina, além de dar acesso a intervenções com o objetivo de reduzir esses níveis de estresse durante a gravidez.
Essas descobertas sem precedentes ressaltam a necessidade de testes de estresse no pré-natal. Além disso, conforme confirmado pelos pesquisadores deste estudo, o próximo objetivo é explorar intervenções cognitivo-comportamentais pré-natais eficazes para reduzir o sofrimento psicológico experimentado por mulheres grávidas, melhorando assim o desenvolvimento neurológico em bebês com DCC
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