Características da Energia Eólica na Venezuela e Parques Eólicos

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David Holt
Características da Energia Eólica na Venezuela e Parques Eólicos

O energia eólica na venezuela começa a se desenvolver na Venezuela por volta de 2010, com a aprovação do Plano Nacional de Energia que promoveu a aprovação de um Plano Nacional de Energia Eólica.

A energia eólica consiste na produção de energia a partir do vento e tornou-se nos últimos anos uma importante fonte de eletricidade, em alguns casos a um custo inferior..

Para produzir energia eólica, é estabelecido um mecanismo para que o vento passe pelas pás de uma turbina eólica. Quando estes se movem, um eixo de baixa velocidade, por sua vez, alimenta um eixo de alta velocidade..

Desta forma, um gerador é acionado e a energia produzida é conduzida para um transformador, para elevar a tensão e assim conectar-se à rede..

Para a produção desse tipo de energia, é necessária uma velocidade do vento entre 7 e 9 metros por segundo. E na zona costeira venezuelana isso acontece durante a maior parte do ano.

A energia eólica tem vários benefícios; Primeiro, uma turbina eólica produz a mesma quantidade de eletricidade por dia que produziria três toneladas e meia de carvão ou uma tonelada de petróleo..

Em segundo lugar, a produção de energia eólica não é poluente e tem duração infinita, pois provém de uma fonte não esgotável, como o vento..

Também é muito amigo do ambiente. Ao evitar a queima de grandes quantidades de óleo e carvão, cada turbina eólica evita a emissão para a atmosfera de 4.100 quilos de dióxido de carbono, 66 quilos de dióxido de enxofre e 10 quilos de ácido nitrogênio por ano, gases causadores do efeito estufa. E ácido chuva.

O caso venezuelano

As penínsulas de La Guajira e Paraguaná recebem os ventos alísios ao longo do ano, que sopram do Mar do Caribe na direção nordeste-sudoeste..

Essas duas penínsulas são as mais setentrionais da América do Sul e constituem, junto com as Pequenas Antilhas (Aruba, Curaçao e Bonaire), o Cinturão Árido Pericaribeño.

Destes dois parques eólicos, era esperada a produção de 1000 megawatts em 2015, cobrindo 10% da demanda doméstica de energia.

Antecedentes da criação de parques eólicos venezuelanos

Na Venezuela, o plano de produção de energia eólica foi incluído com o objetivo de combater a pobreza extrema, conquistar a independência dos combustíveis fósseis, proteger o meio ambiente, economizar o petróleo como recurso e promover o desenvolvimento sustentável..

De acordo com estes argumentos, foi aprovado em 2008 o Plano Nacional de Energia Eólica, que pretendia produzir 72 megawatts através de um acordo entre a PDVSA (petrolífera venezuelana) e a GALP Energía (petrolífera portuguesa), com o fornecimento de 76 aerogeradores..

Assim, foi planejada a abertura de vários parques eólicos: La Guajira, Paraguaná, Costa de Sucre, Nueva Esparta, Los Roques, La Tortuga, La Orchila, Los Monjes e La Blanquilla. Todos esses lugares estão localizados na região noroeste, entre a costa venezuelana e a fronteira com a Colômbia..

Com a crise econômica desencadeada em 2010, optou-se pela construção de apenas dois parques eólicos, que deveriam ter a maior produção: La Guajira e Paraguaná.

Com a aprovação dos projetos, esperava-se gerar 2.000 megawatts em terra e até 8.000 megawatts offshore, com baixíssimo impacto ao meio ambiente e custos mínimos de manutenção..

Principais parques eólicos na Venezuela

1- Parque Eólico Paraguaná

O Parque Eólico Paraguaná está localizado próximo a Santa Cruz de Los Taques, na península de Paraguaná, no estado de Falcón.

Possui uma área de 575 hectares e lá foi projetada a instalação de 76 aerogeradores para a produção de 1,32 megawatts cada..

O projeto está sendo desenvolvido em duas fases, para a produção total de 100 megawatts por meio de 76 aerogeradores.

Até 2014, 54 turbinas eólicas haviam sido instaladas, das quais 35 estavam totalmente operacionais.

2- Parque Eólico La Guajira

O Parque Eólico La Guajira tem uma área de 600 hectares e está localizado no estado de Zulia, a 500 quilômetros de Maracaibo, em uma grande península desértica propícia para este tipo de indústria..

Seria composto por 36 aerogeradores de 2,1 megawatts cada, com capacidade de produção de 75,6 megawatts de energia, que vem sendo lentamente incorporada ao Sistema Elétrico Nacional (SEN).

Dos 36 geradores projetados, já foram construídos 12. Em 2015, após a fase 1-A, o governo anunciou que o projeto seria revisado na íntegra para análise de sua continuidade. Os megawatts anunciados não foram produzidos nem os empregos contemplados foram gerados.

A área parece estar abandonada e as comunidades indígenas, que foram identificadas como beneficiárias diretas, continuam sem energia.

Futuro da energia eólica na Venezuela

O cumprimento dos objetivos dos dois parques eólicos não foi alcançado; não tem sido possível cumprir o número de aerogeradores projetados em cada um dos parques eólicos.

Existem vários relatos e especulações sobre o mau desempenho dos dois parques, mas não há informações oficiais.

Os especialistas consideram que, para que a Venezuela entre em uma dinâmica industrial, é necessário estabelecer condições comuns às dos países que alcançaram sucesso na produção deste tipo de energia renovável..

En segundo lugar, consideran que se debe confiar más en los beneficios de la energía eólica frente a otras fuentes, como la hidroeléctrica y termoeléctrica, porque se sigue pensando que es una fuente costosa y no se le ha permitido mayor participación en la producción de energía a nível nacional.

Por fim, acredita-se que é urgente não só avançar nos dois parques eólicos que apresentam atrasos e não cumprimento de metas, mas considerar a criação de novos em outros locais, como a Ilha Margarita, para mitigar a sobrecarga apresentada por o cabo submarino que liga a dita ilha ao sistema elétrico nacional.

Referências

  1. Bautista S., (2012) Um cenário sustentável para o setor de geração de energia venezuelano em 2050 e seus custos. Volume 44, maio de 2012, páginas 331-340.
  2. Inhaber H. (2011) Revisões de Energia Renovável e Sustentável. Volume 15, Edição 6. p.p: 2557-2562.
  3. Farret F. et al., (2006) Integração de Fontes Alternativas de Energia. p.p: 2-10.
  4. Pinilla A. (2008) O poder do vento. Revista Engenharia. Universidade dos Andes. No. 28.
  5. Regulski P. et al. (2012) Avaliação da variabilidade do fluxo de potência no sistema de transmissão de Paraguaná devido à integração do primeiro parque eólico venezuelano. Power and Energy Society General Meeting, 2012 IEEE.

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