Epilepsia infantil Além do respeito pela diferença

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Abraham McLaughlin
Epilepsia infantil Além do respeito pela diferença

Para falar sobre o conhecimento de que o professor de escola primária É necessário partir de uma premissa fundamental no trabalho de todo pedagogo. Faz-se referência ao dever do professor de planejar as suas atividades de ensino, ensino e formação, a partir do diagnóstico e caracterização dos seus alunos. Isso permitirá distinguir em tempo hábil as peculiaridades do grupo e, portanto, delinear o processo ensino-pedagógico, bem como sua formação integral de acordo com essas especificidades..

A partir dessa caracterização, por exemplo, crianças talentosas serão conhecidas que requerem atenção diferenciada pelo professor, ou aqueles que sofre de uma doença crônica não comunicável como epilepsia, cujos sintomas não aparecem até o momento da crise, e que também tomam cuidados especiais.

Do exposto conclui-se que o professor deve (deve) ser capaz de manejar um amplo espectro de conhecimentos e informações, a partir de sua preparação integral para assumir de forma construtiva o processo de ensino-aprendizagem. A seu favor, ele teria que acumular conhecimentos não só sobre epilepsia, mas também sobre cegueira, deficientes visuais, alunos com dificuldades de locomoção, gagos, entre outros; se esse era o caso dos alunos que compõem o seu grupo de turmas, ou não, já que em suas mãos está ensine como se relacionar com essas necessidades educacionais especiais.

Nesse sentido, junto com esse saber que é responsabilidade do professor, há também saber respeitar a diferença; bem como ensinar a respeitá-lo. Portanto, não se trata tanto de escolher um saber ou outro (referindo-se ao conhecimento sobre epilepsia ou sobre o respeito à diferença), mas de concentrar os dois esforços, ou seja: saber sobre epilepsia -se for o caso- e as questões de respeito pela diferença. Especificamente sobre esta doença, o professor não pode se contentar em ser apenas tolerante, pois tem diante de si a responsabilidade de saber como agir diante de uma possível crise da criança..

Para que o professor seja capaz de respeitar a diferença ou diferenças e, desta forma, ensine a respeitá-las, ele deve primeiro estar em condições de reconhecê-las; distinguir o que é diferente e por que é. Só assim poderá apropriá-los como um dos processos pelos quais os seres humanos se relacionam entre si e com as coisas, decifrando-as, decodificando-as e compreendendo-as..

No contexto atual, o respeito às diferenças constitui uma premissa fundamental para qualquer comportamento. Entre as características que nos distinguem está a de sermos diferentes uns dos outros, já que a personalidade é única e irrepetível. O homem constitui uma unidade biológico-psicológica e social (além de espiritual), pois a aceitação do outro torna-se uma necessidade exigida pela convivência social. Entre as funções do professor, portanto, está doutrinar nesta capacidade, para o qual você precisa estar previamente preparado.

Se não for abordado com cautela a questão sobre o respeito pela diferença, isso poderia se tornar uma encruzilhada que olharíamos unilateralmente. Isso significa que não basta reconhecer o diferente e respeitá-lo, pois isso não implica automaticamente a superação dos preconceitos iniciais dos quais é divergência foi percebido. Não se trata de se proclamar respeitador da diferença per se, mas de poder assumir plenamente o comportamento a que tal atitude perante a vida convida..

Voltando a análise à questão da epilepsia especificamente, é necessário acrescentar neste sentido que um dos caminhos possíveis não é tanto o do respeito pela diferença, mas o de poder se apropriar desta doença não como uma condição que o torna diferente para ser capaz de assumi-lo sem preconceito. Ou seja, não se trata de reconhecer a criança com epilepsia para tratá-la como diferente, ou seja, eu te respeito, mas você continua sendo diferente. Em vez disso, a representação social disso deve ser semelhante à representação social de outras doenças que não foram estigmatizadas. Vale ressaltar que epilepsia, câncer e HIV estão entre as três doenças mais contaminadas em nível social.

Crianças com epilepsia em idade escolar freqüentemente sofrem discriminação devido, entre outras causas, ao desconhecimento da doença. A emissão de julgamentos sem valor faz com que, longe de sabermos as causas e o desenvolvimento dessa condição, aliada ao conjunto de atividades que uma pessoa com epilepsia pode realizar, apenas paremos para demarcar as restrições com as quais ela terá que caminhar pela vida..

O conhecimento da doença permite ao professor primário perceber que as possíveis limitações dessa criança não podem ser comparadas às sofridas por um lactente com cegueira, baixa visão ou dificuldade de desenvolvimento psicomotor. Para todos esses casos, a formação que recebem é realizada em escolas especiais e com professores treinados para tal. A criança com epilepsia não tem necessariamente que frequentar escolas deste tipo, a sua educação ocorre em escolas normais. Muito raramente e dependendo do tipo de epilepsia, você recebe tratamento educacional especializado.

As crianças com necessidades educativas especiais frequentam escolas formadas para a sua educação, onde estão em pé de igualdade com os seus pares, que podem sofrer dos mesmos problemas. Como já mencionado, seus professores possuem um preparação específica que lhes permite desenvolver um trabalho profissional de acordo com a demanda. Portanto, é mais difícil que nesses casos haja rejeição social e discriminação por parte dos companheiros de grupo..

Em vez de a criança com epilepsia frequenta escola normal, Daí a necessidade de seus professores estarem devidamente preparados para enfrentar a doença e ajudar tanto a criança que sofre como os demais colegas para que a possam assumir sem prejuízo da formação de todos. Nesse sentido, o professor deve estar em posição de se preparar não só para assumir a educação do bebê com epilepsia, mas também para que o restante do grupo não seja afetado por isso e aceite o parceiro como ele mesmo..

Lembre-se disso escola, família e comunidade constituem as três arestas fundamentais das quais depende a formação satisfatória dos cidadãos do seu funcionamento harmonioso.. Há momentos em que os educadores têm até a responsabilidade não só de preparar as crianças com epilepsia e seus colegas para a vida, mas também os próprios pais. Assim, o professor deve guardar os conhecimentos necessários para o enfrentamento dessa doença, a fim de promover uma representação social sem preconceitos dela, e não contribuir para a reprodução de códigos errados e denegridores sobre ela. Educar no respeito, no sentido mais amplo da palavra, constitui também um ensino saudável para a vida da criança, neste estágio decisivo da formação da personalidade.


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