Fernando Benitez (1912-2000) foi um escritor, historiador, jornalista e editor mexicano. Além disso, ocupou diversos cargos como assessor e assessor do ponto de vista jornalístico e cultural. Também fez parte de diversos meios de comunicação, tanto como escritor, como fundador e diretor..
A obra literária de Benítez estava intimamente relacionada à história, cultura e antropologia do México. Seus escritos eram claros e precisos, sempre com o objetivo de expor, a partir de pesquisas, temas de interesse social que despertassem a consciência histórica..
Alguns dos títulos mais destacados de Fernando Benítez foram: A rota da liberdade, Na terra mágica do peiote, Água envenenada Y O velho rei. O escritor mexicano recebeu diversos prêmios e reconhecimentos. Além disso, algumas de suas obras foram traduzidas para outras línguas.
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Fernando Benitez nasceu em 16 de janeiro de 1912, na Cidade do México, durante o apogeu político de Francisco Madero. O escritor veio de uma família de classe média. Sobre sua família, muito pouco se sabe; no entanto, sabe-se que seus parentes lhe proporcionaram acesso a uma boa educação.
Fernando Benítez estudou seus primeiros anos de estudos em instituições de ensino de sua cidade natal. No entanto, sobre seus estudos universitários, os dados também são escassos. No entanto, sabe-se que a princípio ele se interessou por direito, mas depois decidiu se formar como jornalista.
Fernando Benítez iniciou a sua prática jornalística ainda muito jovem, em 1934. Com apenas 22 anos, começou a trabalhar na Revista de Revistas. Dois anos depois, em 1936 e por mais de uma década, atuou como repórter, editor e diretor do jornal O Nacional.
Durante o tempo, o jornalista foi diretor de O Nacional, Em meados da década de 1940, teve uma discussão com o então prefeito da cidade, Ernesto Uruchurtu, pela qual renunciou. Sem dinheiro, foi até seu amigo Luís Manjarrez para ajudá-lo financeiramente.
Depois dessa reunião, Manjarrez o colocou em contato com o chefe do jornal Novidades. A partir desse momento, Fernando Benítez abriu as portas à criação e escrita de adições ou suplementos sobre cultura, uma das suas maiores paixões..
Imerso em seu trabalho jornalístico, em 1949, especificamente em 6 de fevereiro, Benítez divulgou o suplemento cultural México na cultura. Foi uma das publicações mais relevantes em seu estilo no território asteca, e também se tornou uma referência e um modelo a ser seguido em toda a América Latina..
Fernando Benítez não se inspirou apenas na sua paixão e gosto pela cultura para o desenvolvimento do trabalho, mas também se aproximou dos suplementos feitos, por exemplo, por José Ortega y Gasset na Espanha. O escritor Alfonso Reyes foi um de seus principais colaboradores.
Benítez sempre demonstrou interesse pelos acontecimentos históricos do México. A maior parte de suas obras foram orientadas para expor os acontecimentos passados de seu país. Foi o caso de sua primeira publicação, em 1950, O caminho de Cortés, referindo-se às expedições que os espanhóis fizeram ao território mexicano.
Fernando Benítez sempre agiu apegado à verdade e objetividade, o que o levou a alguns confrontos. Em 1961 ele renunciou Novidades, devido a desentendimentos com seu diretor sobre a forma como ele lidou com acontecimentos políticos e sociais, tanto nacionais como internacionais.
Na opinião do jornalista, a direção do jornal não deu a importância que merece a vários acontecimentos importantes, como os acontecimentos revolucionários em Cuba. Assim, dada sua posição firme em defesa do bom jornalismo, ele se retirou. Muitos de seus colaboradores fizeram o mesmo, como um ato de apoio a ele..
Em 1962 Benítez passou a integrar a equipe de trabalho da revista Sempre onde em seguida, a diretoria confiou-lhe a criação de um suplemento cultural. Foi assim que ele nasceu Cultura no México. Por sua vez, ele atuou como diretor. Em suas páginas foram expostas as cartas de grandes intelectuais da época.
Ele combinou sua profissão de jornalista com a de escritor. Em 1968 ele escreveu uma das obras mais importantes de sua carreira: Os índios do mexico, que era uma mistura de literatura com jornalismo e antropologia. Em 1972 entregou o endereço do suplemento ao colega Carlos Monsiváis.
A extensa formação cultural, histórica e antropológica de Fernando Benítez o levou a fazer parte da diplomacia mexicana. Por vinte anos, entre 1947 e 1967, atuou como consultor da UNESCO em questões jornalísticas. Ele foi um embaixador cultural na República Dominicana e na China.
A vida de Benítez girou quase inteiramente em torno de suplementos culturais. Então, em 1977, ele voltou a eles com a criação de sábado, na forma Um mais um. Nove anos depois aposentou-se e em 1987 publicou o primeiro número de seu projeto pessoal: A Conferência Semanal.
Fernando Benítez, durante os últimos vinte anos de sua vida, manteve-se dedicado ao jornalismo e à escrita. Algumas de suas obras mais marcantes da época foram: O livro dos desastres, História da Cidade do México, Os índios do México: antologia Y A cidade que perdemos.
O trabalho profissional de Benítez o tornou digno de vários prêmios. Naqueles anos recebeu o Prêmio Nacional de Antropologia e o Prêmio Nacional de Jornalismo, entre outros. Ele morreu em 21 de fevereiro de 2000, na Cidade do México, devido a uma deficiência respiratória..
- Prêmio Mazatlán de Literatura em 1969, por seu trabalho antropológico Os índios do mexico.
- Prêmio Nacional de Lingüística e Literatura em 1978.
- Prêmio Nacional de Antropologia em 1980.
- Prêmio Nacional de Jornalismo de 1986, por seu trabalho de divulgação da cultura mexicana.
- Prêmio Aztlán em 1989.
- Prêmio Universidade Nacional de Ensino de Letras em 1989.
- Medalha de Mérito Cidadão em 1992.
- Doutor Honoris Causa da Universidade de Guadalajara em 1992.
- Medalha de Ouro em 1993, pelo Estado do México, por seu destacado trabalho cultural.
- Ordem do Mérito de Duarte, Sánchez e Mella em 1994.
- Medalha Gonzalo Aguirre em 1997.
O estilo literário de Fernando Benítez caracterizou-se pelo uso de uma linguagem com nuances jornalísticas, onde prevaleceu a clareza, precisão e objetividade. Além disso, o escritor se dedicou a fazer pesquisas documentais e de campo, para fortalecer e dar maior credibilidade ao seu trabalho..
O jornalista concentrou seu interesse em temas relacionados à história, cultura e antropologia do México. Assim, ele escreveu sobre os costumes e tradições dos povos indígenas, os acontecimentos políticos contemporâneos de sua época e sobre o processo de conquista do México, entre outros..
- O velho rei (1959).
- A água envenenada (1961).
- A rota de Hernán Cortés (1950).
- Vida crioula no século 16 (1953).
- A última trincheira (1963).
- A rota da liberdade (1976).
- Lázaro Cárdenas e a Revolução Mexicana (1977).
- Demônios no convento: sexo e religião na Nova Espanha (1985).
- O livro dos desastres (1988).
- 1992 o que comemoramos, o que nos arrependemos (1992).
- O Peso da Noite: Nova Espanha da Idade da Prata à Idade do Fogo (mil novecentos e noventa e seis).
- Os cogumelos incríveis (1964).
- Os índios do mexico (1968). Edição de cinco volumes.
- Na terra mágica do peiote (1968).
- Terreno desconhecido (1972).
- História de um xamã Cora (1973).
- Deuses e demônios (1982).
- China à vista (1953).
- Ki, o drama de uma cidade e uma planta (1956).
- Viagem para o Tarahumara (1960).
- Viagem ao centro do México (1975).
- Entrevistas de um único tópico: Lázaro Cárdenas (1979).
- Juarez (1986).
- Morelos (1998).
- Cristóvão Colombo.
- Gênio e figura (1982).
- História da Cidade do México (1983).
- Os índios do México, antologia (1989).
- A cidade que perdemos: escritos da juventude 1934-1938 (2000).
- Fernando Benítez ontem e hoje, antologia de textos (2000).
Esta obra foi o segundo dos dois romances escritos por Benítez. A trama que o escritor desenvolveu relacionava-se a um fato histórico, o da autoridade exercida pelos caciques na época pré-hispânica no México..
No romance, a jornalista narra os acontecimentos vividos pela população de Tajimaroa em defesa de seus direitos, e como a violência os levou à miséria e à destruição. A caneta jornalística de Benítez fez deste trabalho um dos mais interessantes e testemunhos dos anos sessenta..
Foi uma das principais obras antropológicas de Fernando Benítez. Foi baseado nos povos indígenas Huichol ou Wixáricas de Nayarit, no México, e sua procissão nos tempos antigos pelo deserto, que tinha certas características mágicas em relação à caça..
O desenvolvimento do livro deu-se por meio de diversas pesquisas do autor e sua participação na peregrinação que os indígenas realizavam a cada ano. O nome da obra estava relacionado com a planta do peiote, usada pelos Huichols para alcançar a espiritualidade..
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