O gastrocnêmio É um músculo superficial localizado na parte posterior da perna. É constituída por duas barrigas, uma lateral e outra medial, que formam, juntamente com o músculo sóleo, a estrutura denominada tríceps sural.
Ambos os feixes musculares se originam do fêmur e viajam através do joelho para terminar no osso do calcâneo abaixo do tornozelo. Por isso é considerado um músculo biarticular e tem papel fundamental na manutenção do equilíbrio, da postura ereta e da marcha..
Em seu curso final, torna-se um único elemento tendíneo que une firmemente os dois ventres ao tendão do músculo sóleo, formando o calcâneo ou tendão de Aquiles, que é o mais forte do corpo..
O músculo gastrocnêmio trabalha ao máximo durante a atividade física, principalmente aquela que envolve correr ou mudar de velocidade rapidamente, como no tênis, futebol e corrida, entre outros esportes..
Sua lesão é frequente em atletas e geralmente se apresenta desde inflamação até ruptura total de uma de suas cabeças musculares.
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A panturrilha é o nome dado à região posterior da perna. É composto por dois músculos, o gastrocnêmio ou gêmeo, e o sóleo que corre abaixo deste.
O gastrocnêmio é composto por dois ventres musculares, um lateral e outro medial, que possuem origens diferentes e uma inserção tendínea final comum..
As cabeças que compõem o músculo gastrocnêmio têm diferentes origens. A porção medial começa em uma protrusão posterior da face medial do fêmur, chamada de côndilo. Nesta área, pode-se constatar a presença de bolsa de líquido sinovial, que permite o deslizamento de ambas as cabeças musculares..
Esta cabeça também possui fibras que se inserem próximo à face medial da cápsula articular do joelho..
Por sua vez, o ventre lateral inicia sua jornada na face lateral do côndilo do fêmur. De lá, ele continua seu caminho até o joelho, onde algumas de suas fibras se inserem perto da articulação do joelho..
As duas cabeças da panturrilha são direcionadas para baixo, passando para os dois lados da parte posterior do joelho, onde delimitam uma área chamada fossa poplítea.
No terço inferior da perna, ambos os ventres musculares tornam-se tendões que se unem e formam uma única estrutura junto com o tendão sóleo. Este tendão é chamado tendão do calcâneo ou Tendão de Aquiles.
Esse tendão se estende por cerca de 15 cm, passa por trás do tornozelo, chegando finalmente ao osso calcâneo onde é inserido..
Nesse ponto, ele é separado do osso por um saco sinovial que facilita seu deslizamento e evita o atrito do tendão com o calcâneo. O tendão de Aquiles é o mais grosso, mais longo e mais forte do corpo.
A artéria poplítea, um ramo direto da artéria femoral, é responsável por fornecer o suprimento vascular arterial para a região da panturrilha..
Através de suas artérias colaterais sural, anterior e posterior, bem como de seus dois ramos terminais da tibial anterior e da tibial posterior, ela penetra na barriga do músculo e forma uma rede importante nesta área..
As veias que drenam a perna são formadas a partir da tibial, ascendendo pela poplítea e pela safena, que deságuam na veia femoral..
O nervo tibial, originando-se do tronco do nervo ciático acima da fossa poplítea, segue em direção descendente e está localizado entre os dois ventres musculares do gastrocnêmio, fornecendo ramos neurológicos ao longo de seu trajeto..
Este nervo é um dos mais importantes da região posterior do membro inferior, sendo responsável pela inervação de vários músculos da perna e do pé..
O gastrocnêmio é um músculo com implicações importantes para a estabilidade e manutenção do equilíbrio.
Sua principal função é a flexão plantar do pé, isso ocorre ao ficar na ponta dos pés, por exemplo.
Além disso, sua inserção acima do joelho o torna um músculo auxiliar na flexão do mesmo..
Durante a marcha permanece contraída, principalmente na primeira fase, impedindo a rotação da tíbia e é especialmente ativa em corridas e saltos..
Suas fibras são principalmente anaeróbicas, tornando-o o músculo usado em esforços repentinos, corridas e mudanças de velocidade..
A ruptura do gastrocnêmio é uma lesão relativamente comum em atletas. Dependendo de sua gravidade, três tipos são distinguidos.
A ruptura do tipo I envolve aproximadamente 5% da musculatura e o paciente manifesta dor com a contração. No tipo II, até 25% da massa muscular é rompida. Nestes casos, o paciente pode manifestar dor e uma sensação de cãibras contínuas..
Já a laceração do tipo III envolve mais de 30% da musculatura. Paciente apresenta dor e imobilidade, hematoma na panturrilha e inchaço.
Rasgos grandes ou completos podem ser sentidos como uma área de depressão na panturrilha e vistos como uma grande área de hematoma na ultrassonografia..
O diagnóstico da ruptura é feito por meio de questionamento e exame físico, porém, quando a ruptura não é muito evidente, nos casos mais leves, os exames de imagem são utilizados para embasar a suspeita do diagnóstico..
O ultrassom é o exame mais utilizado, pois é barato, pode ser realizado com equipamentos portáteis e seus achados são definitivos..
Outra vantagem do ultrassom é que ele pode ser usado para drenar áreas de fluido ou hematoma que estão na região.
As rupturas do tipo I e II são para tratamento ambulatorial com indicação de repouso e antiinflamatórios, enquanto as rupturas do tipo III são geralmente cirúrgicas, indicando imobilização e posterior reabilitação..
A inflamação do músculo e a tendinite são outras lesões que ocorrem com frequência neste músculo..
Essa condição ocorre por sobrecarregá-lo, o que acaba irritando o tendão, causando dores significativas e muitas vezes incapacitantes..
A tendinite de Aquiles é tratada com a administração de analgésicos e antiinflamatórios, além do repouso.
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