História da genética forense, objeto de estudo, metodologia

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Egbert Haynes

O genética forense É uma especialidade que utiliza técnicas e conhecimentos de genética e medicina para resolver problemas jurídicos. Atualmente sua principal função é a identificação de pessoas com base na análise de DNA, molécula que armazena toda a informação genética de um indivíduo com a particularidade de ser única e diferente para cada ser humano..

A genética forense é aplicada, por exemplo, para realizar testes de paternidade e, em criminologia, para determinar os autores de crimes ou identificar cadáveres com base em fluidos biológicos ou restos anatômicos..

A genética forense ajuda a determinar os perpetradores ou identificar cadáveres. Fonte: pixabay.com

No primeiro, são analisadas amostras de sangue, sêmen, urina, saliva, muco ou lágrimas. Enquanto isso, para examinar vestígios anatômicos, são necessários dentes, pele, cabelo, ossos ou órgãos..

Por outro lado, uma atividade cada vez mais importante dentro desta disciplina são os bancos de dados de DNA. Neles, são carregadas as informações genéticas de criminosos, pessoas desaparecidas e restos mortais não identificados, que são então utilizadas e comparadas para solucionar diversos crimes..

Outro aspecto relevante da genética forense é a padronização dos sistemas de controle de qualidade dos laboratórios responsáveis ​​pela análise das amostras, para evitar erros e contaminação..

Índice do artigo

  • 1 História da genética forense
    • 1.1 Impressão digital de DNA
  • 2 Objeto de estudo
  • 3. Metodologia
    • 3.1 Dificuldades desta metodologia
  • 4 referências

História da genética forense

A história da genética forense começou no início do século 20, quando o biólogo austríaco Karl Landsteiner conseguiu identificar os quatro principais grupos sanguíneos (A, B, AB e 0, conhecido como sistema AB0) e mostrou que as transfusões entre eles eram seguras.

Percebeu então que certas características do sangue eram herdadas e, a partir de 1912, passou a ser usado para confirmar a paternidade nos casos em que havia dúvidas. Ao mesmo tempo, esse teste também foi usado para examinar manchas de sangue em cenas de crime..

O grupo sanguíneo é uma classificação feita com base nas características presentes na superfície dos glóbulos vermelhos e do soro sanguíneo. As duas categorias mais importantes são antígenos (o sistema AB0) e o fator Rh.

Inicialmente, as investigações criminalísticas se concentraram no estudo de antígenos eritrocitários (sistemas AB0 e MN, fator Rh), MN), proteínas séricas, enzimas eritrocitárias e o sistema de antígenos leucocitários humanos (HLA).

Com esses marcadores, uma pessoa poderia ser incriminada ou liberada, por possuir combinação genética igual ou não à encontrada na cena do crime.

No entanto, essa técnica tinha muitas limitações ao analisar amostras pequenas ou degradadas, manchas de cabelo ou esperma, por isso não podia ser usada na maioria dos casos..

Impressão digital de DNA

Tudo mudou quando, em 1984, o geneticista britânico Alec Jeffreys descobriu as técnicas de impressão digital genética e perfil de DNA, que revolucionaram a medicina legal.

Este método foi usado pela primeira vez em um litígio de imigração ilegal e permitiu verificar os antecedentes britânicos de uma criança cuja família era originária de Gana e, assim, evitar sua expulsão do país.

Então, no ano seguinte, foi utilizado para identificar um estuprador e assassino de adolescentes, a partir de amostras de sêmen obtidas dos cadáveres de duas meninas..

Outro caso famoso em que essa técnica foi usada foi para confirmar a identidade do médico nazista Josef Mengele, falecido em 1979, comparando o DNA obtido de um fêmur de seu cadáver com o de sua viúva e filho..

Objeto de estudo

O principal objeto de estudo na medicina legal são os genes. Eles formam uma cadeia de ácido desoxirribonucléico (DNA) que armazena informações genéticas e as transmite de pais para filhos..

Muito do DNA é semelhante em todas as pessoas. No entanto, existem regiões herdadas que variam de uma para outra. Dessa forma, ao analisar determinados fragmentos, é possível gerar um perfil genético de cada indivíduo, que é característico e único..

Essas variações são conhecidas como "polimorfismos". Atualmente, a maioria dos perfis genéticos é realizada estudando simultaneamente 10 a 17 regiões curtas de DNA, conhecidas como Repetições curtas em tandem (SHTs).

Eles são analisados ​​em laboratórios e comparados com amostras de casos de pesquisa de paternidade biológica e perícia criminalística. Além disso, eles também são usados ​​para identificar cadáveres e restos de ossos.

Metodologia

O DNA armazena todas as informações genéticas de uma pessoa e é único e diferente para cada ser humano. Fonte: pixabay.com

Na criminologia, geralmente as manchas, fluidos e restos biológicos são coletados na cena do crime e de lá são encaminhados para o laboratório..

Com eles, os médicos legistas obtêm um perfil genético e o comparam com as amostras dos suspeitos, obtidas por meio de coleta bucal com swab ou extração de sangue..

Eles também podem enviar as informações para um banco de dados, para ver se há uma correspondência com o DNA de criminosos ou pessoas desaparecidas ou com amostras encontradas em outras cenas de crime..

Os avanços na genética forense e seu grau de especificação estão aumentando, permitindo a detecção de quantidades cada vez menores de DNA.

Futuramente, espera-se que, a partir disso, seja possível predizer as características físicas de uma pessoa e saber, por exemplo, quais são sua pele, cor dos cabelos e olhos, e outras características faciais, que serão muito útil durante uma investigação policial.

Dificuldades desta metodologia

As principais dificuldades que essa metodologia oferece são a contaminação e a avaliação de evidências. Para resolver o primeiro, foram criados padrões de qualidade para garantir seu controle, tanto na coleta das amostras quanto no manuseio no laboratório, mas erros sempre são possíveis..

No que se refere à avaliação das provas, é importante ter em mente que a detecção de DNA em um local onde foi cometida uma infração não determina a culpa de uma pessoa, por isso é fundamental analisar o contexto.

Por exemplo, se um indivíduo aperta a mão de outro, eles deixam sua marca genética nele. E se mais tarde for encontrado na cena do crime, o DNA da pessoa que nunca esteve lá também pode ser encontrado..

Dessa forma, a genética forense pode marcar com grande precisão de quem vem uma determinada amostra. Mas não como o mesmo chegou ao lugar.

Deve ser analisada com atenção pelos tribunais responsáveis ​​pela administração da justiça, juntamente com outras provas que definam a culpa ou não de um suspeito.

Referências

  1.  Euroforgen (Rede Europeia de Excelência em Genética Forense) e Sense about Sience (2017). Interpretando genética forense. Disponível em: senseaboutscience.org.
  2. Crespillo Márquez, Manuel e Barrio Caballero, Pedro. Genética forense. Do laboratório aos tribunais. Edições Díaz de Santos. Espanha.
  3. Sociedade Internacional de Genética Forense. Disponível em: isfg.org
  4. Carracedo Álvarez, Angel. Genética Forense. Enciclopédia de Biodireito e Bioética. Disponível em: encyclopedia-bioderecho.com
  5. Interpol. DNA. Disponível em: interpol.int
  6. Genética forense, Wikipedia. Disponível em: wikipedia.org

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