Aristóteles definir filosofia como forma de acesso ao conhecimento. Segundo o filósofo, esse conhecimento é adquirido por meio do pensamento lógico e estruturado. No entanto, para entender essa afirmação, você deve primeiro entender a diferença entre conhecimento e crenças..
O conhecimento é o produto de um processo de questionamento, que fornece respostas claras, como "quanto é dois mais dois?" ou "quão rápido o universo está se expandindo?" Da mesma forma, as ciências naturais são responsáveis pelo estudo desse conhecimento, com base em experiências e conhecido como conhecimento empírico..
Por outro lado, as crenças são convicções que respondem a perguntas que não têm uma solução clara ou óbvia, como "qual é o propósito da minha existência?" ou "por que o mal existe?" Nesse sentido, as crenças desempenham um papel importante na definição de nosso potencial.
Diante do exposto, a filosofia teve origem na Grécia e foi objeto de interesse de diversos estudiosos, entre os quais se destaca Aristóteles (384 - 322 aC). Para o filósofo grego, a filosofia era a base para a compreensão dos axiomas que compõem o conhecimento.
A palavra filosofia vem dos termos gregos "phileo" e "sophia", e pode ser traduzida como "amor à sabedoria". Nesse sentido, a filosofia difere do conhecimento porque busca a verdade, independentemente da utilidade dessa "verdade".
Em termos gerais, as obras de Aristóteles moldaram a filosofia durante séculos, marcando um antes e um depois em seu estudo e apreciação. É por isso que as características da filosofia desse filósofo são definidas a seguir..
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Para iniciar a filosofia, e pensar logicamente, Aristóteles propôs executar uma série de etapas.
Para começar, os objetos tiveram que ser observados e descritos. Posteriormente, o ser humano poderá extrair conhecimento desses objetos por meio do raciocínio dedutivo e indutivo.
No raciocínio dedutivo, uma conclusão é alcançada após ter estudado as premissas; a validade desses argumentos não depende do conhecimento empírico, mas da lógica com a qual as premissas são avaliadas. Por sua vez, no raciocínio indutivo, as premissas são extraídas de uma determinada conclusão.
Um exemplo de raciocínio dedutivo é o silogismo, proposto por Aristóteles. O silogismo é um tipo de argumento que possui duas premissas e uma conclusão.
Das duas premissas, a primeira apresenta uma proposição universal, enquanto a segunda é uma declaração mais específica dentro da proposição universal. Aqui estão três exemplos de silogismo:
Aristóteles argumenta que existem três tipos de conhecimento: empeiria, tekhene e phronesis. "Empeiria ”refere-se à experiência,“ tekhene ”refere-se à técnica, enquanto“ phronesis ”refere-se à virtude moral e ética.
Esses três modos representam formas de abordagem do conhecimento empírico, destacando o sentido utilitário desse conhecimento..
Segundo Aristóteles, o pensamento filosófico difere de outros tipos de raciocínio, pois a filosofia busca responder ao porquê de nossas crenças, enquanto para outros raciocínios basta saber que acreditamos em algo. Vamos tomar as duas frases a seguir como exemplos:
A primeira frase reflete a opinião de uma pessoa sobre como o tempo livre deve ser gasto; no entanto, não são apresentados os motivos que justificam esta posição. Por sua vez, a segunda frase reflete que o emissor pode apresentar motivos para defender sua declaração.
Nesse sentido, a filosofia distingue entre emoções e razões, sendo a busca destas últimas o objetivo principal do pensamento filosófico..
Aristóteles considera que o universo é uma ponte entre dois extremos: em um dos extremos, há forma sem matéria; Na outra extremidade, você encontra matéria sem forma.
Para explicar a passagem da matéria à forma, Aristóteles propõe "a filosofia da natureza". O movimento é a chave para este processo. Aristóteles distingue quatro tipos de movimento:
1 - O movimento que afeta a substância de uma coisa, sobretudo seu início e seu fim.
2 - O movimento que gera mudanças na qualidade de uma coisa.
3 - O movimento que gera mudanças na quantidade de uma coisa.
4 - O movimento que gera a locomoção.
Aristóteles, discípulo de Platão, continua a linha de pensamento de seu mestre. Na história da filosofia, você pode encontrar duas experiências que geram a necessidade de filosofar: maravilhamento e dúvida..
Assim, o filósofo grego Platão (428 - 348 aC) escreveu em seu livro Teeteto que o espanto é a principal característica de um homem que ama a sabedoria, por isso constitui o princípio da filosofia..
A experiência do deslumbramento mostra que a primeira abordagem para conhecer é, na verdade, não saber, pois é impossível ficar maravilhado com um acontecimento ou elemento que se conhece e se compreende. Você pode aprender mais sobre as obras de Platão consultando este link.
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