Características, níveis, usos e exemplos da linguagem coloquial

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Alexander Pearson
Características, níveis, usos e exemplos da linguagem coloquial

linguagem coloquial É toda aquela expressão oral que ocorre diariamente entre os falantes de uma língua, dentro do contexto informal. É a forma de locução que se utiliza, em todo o plano terrestre, entre a grande maioria das pessoas com uma finalidade comunicativa breve e direta..

A palavra "coloquial", etimologicamente falando, vem da palavra latina colóquio. O prefixo co significa: "colisão", "união", "copiosa", "consoante". Por sua vez, a raiz louco tem por significados: "falar", "eloqüência", "loquaz". Sufixo ium, entretanto, significa: "começo", "extermínio", "ajuda".

Fonte: pixabay.com

Em termos gerais, a palavra "coloquial" significa "conversa", portanto o enunciado "linguagem coloquial" refere-se a expressões típicas de conversas cotidianas..

Erroneamente, por muito tempo, o termo "coloquial" foi confundido com sinônimo de pobreza, de vulgar, e ao mesmo tempo o termo "vulgar" ganhou a conotação de "grosseria", "insolência". Esta série de erros linguísticos tem gerado grande confusão nos falantes ao se referir a essas premissas e palavras..

O coloquial em nenhum momento significou pobreza, nem vulgar significou grosseria. No entanto, isso foi assumido e propagado. A verdade é que o "coloquial", se fizermos uma analogia, refere-se às formas comunicacionais das pessoas..

Por sua vez, o vulgar é o oposto do culto, aquela comunicação que se dá sem tantas regras ou instrumentalismos; em outras palavras: a comunicação das pessoas.

Índice do artigo

  • 1 recursos
    • 1.1 Representa a identidade linguística dos povos
    • 1.2 Espontaneidade
    • 1.3 léxico simples
    • 1.4 Uso estendido de gestos
    • 1.5 Uso frequente de palavras "curinga"
  • 2 níveis
    • 2.1 Nível fônico
    • 2.2 Nível morfossintático
    • 2.3 Nível lexical-semântico
  • 3 usos
    • 3.1 No contexto familiar
    • 3.2 No contexto popular
  • 4 exemplos
    • 4.1 Exemplo 1
    • 4.2 Exemplo 2
  • 5 referências

Caracteristicas

Representa a identidade linguística dos povos

A linguagem coloquial tem tanto significado que se torna a marca fonológica dos povos, o que denota sua identidade linguística perante o resto das populações..

Assim como acontece com a organização territorial dos países, que se subdividem em províncias, estados, municípios, o mesmo ocorre com o discurso coloquial..

Há uma língua de cada população, com suas diferenças dialetais bem marcadas, e há uma língua geral que, em certa medida, incorpora um somatório significativo dos diferentes discursos típicos de cada região..

São esses discursos típicos de cada área que lhes dão riqueza e os identificam fonológica e gramaticalmente. Cada país tem expressões únicas e, por sua vez, cada estado e cada aldeia têm suas próprias terminologias na linguagem coloquial. O único propósito desses recursos é alcançar o fato comunicativo de forma simples e fluida.

Espontaneidade

A linguagem coloquial é um espelho da vida cotidiana, por isso a espontaneidade é uma de suas características mais comuns..

Este tipo de linguagem está livre de qualquer vínculo e sujeita única e exclusivamente aos acordos verbais de quem a utiliza. Compreender por acordos verbais: todas aquelas falas que os interlocutores conhecem e tratam, e que são típicas da sua área.

A naturalidade da fala de quem a aplica torna-se uma das marcas mais distintivas desta forma de comunicação, o que lhe confere frescura, amplitude e flexibilidade..

Léxico simples

Aqueles que o usam tendem a não aplicar termos elaborados, mas sim o fato comunicativo é resumido em palavras comuns de gestão global e, claro, palavras típicas do dialeto ou subdialeto usado.

Uso estendido de gestos

A comunicação humana é um ato muito complexo e completo. Porém, no que diz respeito à linguagem coloquial, apesar de ser uma forma de comunicação cotidiana, não significa que não sejam utilizados recursos para enriquecê-la..

Os gestos, aqueles sinais, gestos e condutas que potencializam a expressividade das mensagens, são amplamente aplicados na comunicação coloquial, principalmente para reduzir o número de palavras ao falar..

Uso frequente de palavras "curinga"

Essas palavras curinga passam a ser as mesmas que se enquadram no que é considerado "cosismos", como: "coisa", "aquilo", "aquilo", "invólucro" (no caso da Venezuela), cujo papel é o de exclua ou substitua um grande número de palavras no momento da comunicação.

É preciso ter em mente que na língua educada este tipo de recursos estão incluídos nos "vícios" da comunicação, pois seu uso prolongado reduz o léxico dos falantes..

Níveis

Em relação aos recursos associados a esta expressão linguística, os três níveis a seguir e suas manifestações podem ser claramente apreciados:

Nível fônico

Do ponto de vista da fonação, são apreciados os seguintes elementos:

Onomatopéia

Ou seja: o uso de palavras que imitam sons naturais ou não naturais, não discursivos, durante a fala, e que não são típicos da linguagem humana. Um exemplo poderia ser: "E o carro disparou, 'fuuunnnnnnnn', e a polícia não conseguiu alcançá-los".

Atitude relaxada e não sujeita às normas linguísticas

Por ser informal, é normal que a linguagem coloquial tenda a desrespeitar as regras que a regem. No entanto, apesar da quebra das leis linguísticas, a comunicação flui e ocorre; com seus detalhes, mas acontece.

Entonação

A entonação, por ser uma comunicação oral, desempenha um papel relevante. Dependendo do motivo (exclamativo, interrogativo ou enunciativo) será propriedade da entonação, adaptando-se também ao contexto comunicativo.

Muitos fatores afetam a entonação: afiliados, emocionais, sindicais, trabalhistas. Dependendo do nexo entre os interlocutores, será a intenção da oralidade.

Traços de dialeto

A língua coloquial nunca é a mesma em nenhuma parte do mundo, mesmo quando compartilham o mesmo território nacional, nem o regional, nem o municipal, e mesmo o do mesmo bloco. Cada lugar tem suas próprias características de dialeto que lhe dão sua consonância.

Estudos lingüísticos têm verificado a presença e expansão de subdialetos mesmo em pequenos estratos populacionais..

Cada grupo de indivíduos pertencentes a uma comunidade, ao compartilhar gostos ou tendências em qualquer ramo da arte, entretenimento ou ofícios, tende a incorporar ou criar palavras que se adaptem às suas necessidades comunicacionais..

Isso não é tão estranho quanto parece. A própria língua é uma entidade mutável, um "ser" feito de letras, de sons, que responde às exigências dos falantes e que se transforma de acordo com o que os sujeitos que a usam têm de disponível..

Essa série de subdialetos, com suas respectivas fonações rítmicas e melódicas, é o que dá identidade às populações e aos grupos que as compõem. Por isso, é comum ouvir dizer: "Aquele é uruguaio, e aquele colombiano, e aquele é mexicano, este é roqueiro e aquele salsero", mal os ouvindo por causa da marca sonora do sotaque , e os gestos e roupas, eles os expõem.

Uso estendido de apócopes

As elisões são muito comuns na linguagem coloquial, justamente pelo que se afirma nas características anteriores..

Sendo um ato comumente breve de comunicação, tende a conter um grande número de palavras suprimidas. Embora as palavras se manifestem dessa forma, normalmente são bem compreendidas entre os interlocutores devido a acordos prévios de aspecto cultural-comunicacional..

Um exemplo claro seria: “Come pa 'que ver'”, onde a palavra “para” é excluída, além do “s” no final da conjugação do verbo “ver” na segunda pessoa.

As contrações representam uma das características mais relaxadas e comuns nas línguas coloquiais em todo o mundo. São considerados, dentro da comunicação, uma espécie de "economia da linguagem".

Nível morfossintático

Dentro dos elementos morfossintáticos da linguagem coloquial, o seguinte é evidente:

Uso de exclamações, pontos de interrogação, diminutivos e aumentativos

É muito comum ver entre os interlocutores coloquiais o uso exagerado da linguagem em termos de entonação ou o aumento ou diminuição das propriedades de objetos ou seres na comunicação..

Como não estão sujeitos a nenhuma lei e os sujeitos são totalmente livres, a expressividade manda. Portanto, é comum ouvir: diminutivos, "O carrinho"; aumentativos, "La mujerzota"; exclamações: "Conte bem!" e interrogatórios "E o que ele disse a você?".

Presença de artigos indefinidos para a primeira e segunda pessoa

Outro elemento muito comum presente neste tipo de linguagem. É muito normal usar "um", "um" e "alguns", "alguns".

Alguns exemplos claros seriam: "Você não sabe o que pode acontecer"; "Alguns dos que sinto que vão cair".

Uso de artigos antes de nomes próprios

Esse é outro aspecto muito comum na linguagem coloquial, principalmente nos estratos inferiores. Costuma-se ouvir: “El Pepe veio e fez seu trabalho com a maria, quem os vê como santicos ".

Frases curtas

Pela mesma brevidade que caracteriza esse tipo de discurso, é normal que quem o use inclua o uso de frases curtas que comunicam a coisa certa. O que é necessário é manifestar o próximo, o necessário.

Uso de hiperbaton

Ou seja, há uma mudança na sintaxe comum das frases a fim de enfatizar alguma parte específica do discurso.

Abuso e uso indevido de laços adversários

"Mas", "porém", "mais" são amplamente utilizados neste tipo de linguagem, levando a abusos e desgastes..

Talvez o mais delicado seja o uso incorreto deles. É muito normal ouvir frases como: "Mas ela fez mesmo assim"; "Mesmo assim, ele não podia dizer nada"; representando isso um erro crasso porque "mas", "entretanto, e" mais "são sinônimos.

Laism

Refere-se ao uso e abuso do pronome pessoal "la" ao desenvolver a comunicação. Apresentam-se também loísmo e leísmo, que são praticamente iguais, mas com os pronomes “lo” e “le”..

Improvisação

Como produto da própria brevidade desse fato comunicativo, os interlocutores devem fazer uso da invenção para responder da forma mais eficiente possível às questões que lhes são apresentadas..

Essa característica aumenta a imprecisão da linguagem coloquial porque nem em todos os casos ela é respondida da maneira adequada, ou da maneira que o outro interlocutor espera..

Porém, e ao contrário do que muitos pensam, a improvisação, pelo imediatismo que exige, requer a aplicação de inteligência para ser realizada..

Nível léxico-semântico

Vocabulário comum

As palavras utilizadas são de uso descontraído e não possuem grande complexidade, mas preenchem o fato comunicativo da forma mais simples..

Vocabulário limitado e impreciso

Como muitas dessas conversas acontecem em grupos, ou são limitadas pelo tempo em que devem ser executadas, os interlocutores se dedicam a fazer sua mensagem o mais concisa e, embora soe estranho, não tão precisa..

Para diminuir a participação nas palestras, eles usam os idiomas da área..

Esses "idiomas", ou expressões ajustadas à realidade de cada comunidade, têm a propriedade de explicar em poucas palavras situações que requerem um número maior de palavras..

Quando essas manifestações linguísticas são utilizadas, tendem a deixar certas lacunas comunicacionais que são preenchidas pelo receptor lírico, que assume o que o remetente queria dizer ao chegar o mais próximo possível da mensagem, mesmo quando não é exatamente o que ele queria. transmite..

Um exemplo claro seria que em uma conversa entre um grupo de venezuelanos, em uma mesa com muitos objetos, um deles diz: "Ele se irritou comigo e jogou aquele" pod "em mim, apontando para a mesa sem especificar qual objeto foi especificamente dirigido a. Naquele momento, cada um dos presentes poderia assumir que algum dos objetos foi o que foi lançado.

Na Venezuela, a palavra 'pod' é um substantivo muito frequente, usado para substituir qualquer objeto ou ação. Podemos classificá-lo como um "cosísmo".

Filetes

Esse vício geralmente ocorre quando há lacunas de comunicação ou lexical em um dos interlocutores por não ter uma resposta imediata sobre o que está sendo perguntado ou por não saber como continuar a falar. Entre os enchimentos mais comuns estão: "este", "bom", "como te explico".

Comparações

Esses tipos de manifestações linguísticas também são muito comuns e geralmente se referem a elementos próximos ao ambiente. Eles visam destacar uma qualidade de um dos interlocutores, seja para zombaria ou para entretenimento..

Exemplos claros seriam: "Você é um avião!" (para se referir ao pensamento rápido), ou "Você é tão delicado quanto um burro!" (para se referir à falta de sensibilidade).

Recursos literários escassos

Típico dos ambientes onde este tipo de comunicação tende a ocorrer e também é condicionado pelas diferenças culturais e / ou educacionais que podem surgir entre os interlocutores..

Formulários

Os usos da linguagem coloquial estão sujeitos a dois contextos bem definidos: o contexto familiar e o popular..

No contexto familiar

Quando é feita menção a esta área, ela se refere à linguagem que os membros de uma família aplicam aos seus próprios membros. Essa linguagem apresenta uma grande riqueza gestual com enormes repercussões na oralidade..

Está confinado a estruturas de coexistência muito complexas, onde graus de autoridade desempenham um papel crucial. Nesse aspecto, toda família é um universo lexical onde cada palavra e cada gesto são condicionados pelas relações intrínsecas entre os interlocutores..

No contexto popular

Refere-se ao espaço fora de casa, tudo em que os interlocutores estão circunscritos e que é alheio ao trabalho ou à academia. Apresenta uma grande riqueza de idiomas e as comunicações que ocorrem neste meio dependem da preparação de cada sujeito..

Aqui, neste meio, você pode ver a presença dos demais subgrupos onde se dá a vida dos interlocutores, cada um com suas variantes dialéticas..

Pode-se falar de um ambiente geral ao qual estão circunscritos os demais microambientes, entre os quais há uma troca contínua de falantes..

É uma estrutura extremamente rica e complexa que mostra as múltiplas facetas linguísticas que um sujeito comum pode possuir..

Exemplos

Abaixo estão dois diálogos em que a linguagem coloquial se manifesta de forma efusiva:

Exemplo 1

-De onde você vem, Luisito? Você parece cansado -disse Pedro, fazendo gestos para chamar a atenção.

-Ei, Pedro. Você sempre anda como um samuro, esperando a vida de todos. Eu venho do trabalho. O dia foi forte hoje ', respondeu Luís, com um tom grosseiro..

-Você é sempre engraçado ... E o que eles mandaram você fazer, então? -respondeu Pedro, um pouco aborrecido.

-Como sempre, bicho ... Olha, vou me apressar, depois conversaremos - disse Luís, saindo na hora.

Exemplo 2

-Olha, Luís, estás a ver aquela casinha ali? -disse Pedro, em voz baixa e misteriosa.

-Sim, por quê? O que há de tão estranho nisso? -Luis disse, também em voz baixa, acompanhando o jogo do Pedro.

-Essa mulher, María Luisa, mora lá. Essa mulher me deixa louco 'e perinola, compaio -respondeu Pedro, empolgado.

-Ai, compadre, você não joga nesse campo, é mais do que nunca, ouviu? -Luis disse, e saiu rindo.

Em ambos os exemplos estão presentes contrações, comparações, perguntas, exclamações, o uso de diminutivos e aumentativos, elementos típicos da linguagem coloquial..

Referências

  1. Panizo Rodríguez, J. (S. f.). Notas sobre linguagem coloquial. Comparações. Espanha: Cervantes virtual. Recuperado de: cervantesvirtual.com
  2. Linguagem coloquial, espelho de identidade. (2017). México: Diario de Yucatán. Recuperado de: yucatan.com.mx
  3. Linguagem coloquial. (S. f.). (n / a): Wikipedia. Recuperado de: es.wikipedia.org
  4. Linguagem coloquial. Cuba: EcuRed. Recuperado de: ecured.cu
  5. Gómez Jiménez, J. (S. f.). Aspectos formais da narrativa: linguagem coloquial, linguagem acadêmica. (n / a): Letralia. Recuperado de: letralia.com

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