Os 4 mitos mais comuns sobre ir ao psicólogo

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Anthony Golden
Os 4 mitos mais comuns sobre ir ao psicólogo

Qual é a primeira coisa que você pensa quando um "Você tem que ir ao psicólogo"?

Sua resposta provavelmente vai despertar um mar de emoções e principalmente nada de positivo, pois em torno dessa profissão existem muitos tabus e mitos que, embora já estejamos trabalhando para erradicá-los educando a sociedade, eles ainda fazem parte do nosso dia a dia..

Portanto, com este artigo e do meu ponto de vista profissional, quero que você elimine essas ideias de sua mente para que mais pessoas façam terapia, pois não se destina apenas a quem tem problemas., mas para quem considera que precisa de alguém para orientá-lo e precisa encontrar um bom terapeuta.

Os 4 mitos sobre ir ao psicólogo

A seguir selecionamos e explicamos quais são, do nosso ponto de vista, os mitos mais comuns sobre ir ao psicólogo. Parte desses mitos se dá pela grande ignorância que existe sobre como um psicólogo atua na terapia.

Mito 1: psicólogo ou melhor amigo?

Durante a graduação, muitos de nós ouvimos um "Por que vou gastar o dinheiro para ir ao psicólogo se posso pedir conselhos aos amigos?"

Sem falar nas frases típicas do Facebook, Instagram e outras redes sociais que afirmam que "a melhor terapia é tomar um café ou viajar".

Não, isso é um mito. Falando sobre isso com seu melhor amigo, viajando ou evitando pensar em eventos, não é uma forma de terapia e muito menos para melhorar a situação pela qual você está passando.

É trabalho dos psicólogos ouvir você em profundidade, ouvir além do que você não pode e então devolver essa informação para que você possa encontrar significado e iniciar a mudança real.

Uma terapia tem um custo justamente porque é um serviço de saúde isso ajuda você a se sentir melhor sobre quem você é, usando o que você tem. Um melhor amigo, uma xícara de café ou uma viagem só esconde os sintomas que mais tarde reaparecerão com força.

Mito 2: Ir ao psicólogo é uma loucura.

O termo loucura sempre foi associado aos profissionais de saúde mental e talvez usemos essa frase, porque quem não tem medo de ficar doente?

E quando se trata de uma doença que ninguém vê, é ainda pior.

Muitos de nós, como psicólogos, contribuímos para esse mito, pois por não termos a sensibilidade que nos proporciona o exercício de nossa prática com os pacientes, seja em um consultório, hospital ou clínica de saúde mental, utilizamos indevidamente o diagnóstico a partir do DSM-V, manual que nos orienta a identificar indivíduos em uma determinada categoria.

Porém, ao fazer uso indevido dessa ferramenta, classificamos os indivíduos em um dos transtornos ali descritos e então a pessoa "X" deixa de ser chamada dessa forma para ser rotulada como "TDAH" (Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade).

É assim que as pessoas são classificadas e ao serem rotuladas pelo seu transtorno, nós próprios contribuímos para que as pessoas considerem que ir ao psicólogo é para gente "louca" ou "doente", ideia que dura muito mais na nossa população de adolescentes..

É importante combater essa ideia, pois a cada dia há mais pessoas que precisam ser ouvido e orientado por um profissional, mas devido à estigmatização que há em relação à prática do psicólogo eles não frequentam e, hoje a nossa sociedade precisa de muito apoio..

Mito 3: A psicoterapia força as pessoas a lidar com problemas do passado.

Não há nada mais errado do que essa ideia. É verdade que muitos dos nossos sintomas vêm desde a infância, mas isso não significa que, ao frequentar a terapia, você tenha que recorrer a eventos passados ​​para resolver seus problemas..

Essa ideia se deve em grande parte aos filmes de Hollywood que temos, onde os pacientes vêm para falar sobre suas vidas passadas, ideia também induzida por psicólogos com corte psicanalítico.

Ir para a terapia não é casar com esse modelo de intervenção. Existem muitos outros modelos, como terapia cognitivo-comportamental, humanística, gestalt, sistêmica, Entre outros que enfocam o problema pelo qual a pessoa decide ir à terapia e ao longo das sessões se descobrem as origens desse desconforto.

É por isso que os convido a conhecer o tipo de terapia que seu psicólogo pratica para ver se é aquele que te vai apoiar no teu problema e se é aquele com que te sentes bem e caso não seja assim procure outro profissional.

Mito 4: Baixa auto-estima é igual a problemas psicológicos.

Não é verdade que quando você se sente mal ou tem um problema para ir ao psicólogo, isso está relacionado a um baixa auto-estima.

É certo que em muitas das condições nossa autoestima diminui, mas mesmo as pessoas com autoestima muito elevada passam por desconfortos que precisam ser supervisionados por uma pessoa especializada..

Sua autoestima, seja alta ou baixa, não é sinônimo de um problema que precise de atenção, mas pode ser um foco que deve ser prestado atenção para identificar o problema. estado mental do indivíduo, não importa o quão bom ou ruim seja.

Além da sua autoestima, existem também outros fatores que podem influenciá-lo a identificar se precisa de ajuda, como seu humor, suas emoções ou seus sintomas fisiológicos recorrente.

Ter casa, família, dinheiro, trabalho, carro, entre outras coisas, faria qualquer um feliz, pois isso nos levaria a nos libertar do estresse das situações cotidianas para levar sustento para casa, cuidar dos filhos, para dar-lhes educação..

Mas não por ter essas coisas nossa felicidade está garantida. É preciso começar a trabalhar o nosso interior, e por interior não me refiro apenas ao emocional, mas também ao físico, já que ambos são igualmente importantes para evite emoções negativas.

Em torno dessa profissão existem muitos equívocos, mas seu trabalho como profissional ou paciente é refletir sobre se isso é mito ou verdade.

Referência:

Lilienfeld, S., Lynn, S., Ruscio, J. & Beyerstein, B. (2012) 50 grandes mitos da psicologia popular. Ocean Editorial: México


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