Curtidas nas redes sociais e a saúde mental dos usuários

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Egbert Haynes
Curtidas nas redes sociais e a saúde mental dos usuários

Os 'gostos' tornaram-se combustível para a auto-estima. Diariamente, milhões de usuários postam imagens com um único propósito: obter um grande número de reações de seus seguidores.

É por isso que O Facebook considerou eliminar o número de 'curtidas' em sua plataforma, com o objetivo de destacar a qualidade do conteúdo sobre a popularidade do usuário. Mas até que ponto é verdade que 'gostos' influenciam o bem-estar psicológico?

O desenvolvimento tecnológico possibilitou a implantação de novas formas de relacionamento, como as redes sociais. Rapidez, conectividade global, troca de habilidades e entretenimento são algumas de suas vantagens mais notáveis.

No entanto, estes eles também podem afetar potencialmente a saúde mental, especialmente para um grupo especialmente vulnerável, os adolescentes. É por isso que, nos últimos anos, vários pesquisadores têm se concentrado na Psicologia infantil e adolescente, investindo sua formação e experiência no estudo da influência desse tipo de plataforma na saúde mental de seus usuários.

Como os 'gostos' influenciam a saúde mental dos usuários no RSSS?

De acordo com uma pesquisa liderada por Lauren Sherman da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, os jovens experimentam uma sensação semelhante a comer chocolate ou ganhar dinheiro recebendo um grande número de 'curtidas' em suas fotos.

Especificamente, tanto o nucleus accumbens, uma região do cérebro que faz parte do circuito de recompensa, quanto o cérebro social e outras áreas relacionadas à atenção visual apresentam um aumento considerável em sua atividade..

Os participantes viram um total de 148 imagens, incluindo aquelas que eles próprios haviam apresentado anteriormente. Durante a sessão, em que também foi exposto o número de curtidas obtidas em cada fotografia, os pesquisadores analisaram a atividade cerebral por meio de ressonância magnética funcional.

Por meio desse teste, os pesquisadores puderam observar que quando o número de 'curtidas' era maior, a probabilidade de que gostassem mais da imagem também aumentava do que outro com número inferior, demonstrando a influência da interação tanto na autoestima quanto na percepção do paladar..

Mas essa vulnerabilidade devido a 'curtidas' afeta todos os usuários igualmente? Anthony Burrows, professor da Cornell University, parece ter a resposta. Em um estudo com 102 alunos, ele descobriu que aqueles com um propósito de vida mais fraco experimentaram um aumentar sua autoestima recebendo muitas interações em suas fotos.

Os participantes deste estudo tiveram que preencher um formulário preenchendo medidas de seu senso de propósito. Posteriormente, eles tiveram que se fotografar e enviá-los para uma plataforma semelhante ao Facebook e, em seguida, receber um número alto, baixo ou médio de 'curtidas' aleatoriamente..

Los resultados obtenidos se relacionan con los de la investigación de Sherman, sugiriendo que existe un determinado perfil de usuarios en la red que confía en la aprobación de los demás para tener un propósito, un objetivo, o un sentido de ser que no han logrado obtener de outra forma.

Resposta do Facebook

A pesquisa científica tem rejeitado os 'likes' nas diferentes redes sociais. A partir das evidências obtidas em vários estudos, a plataforma do Facebook considerou a possibilidade de ocultar o número de interações recebido em cada foto.

Há alguns meses, a rede social Instagram (desenvolvida pelo Facebook) fez um teste no Canadá, evitando que outros usuários vejam o número de 'curtidas'. Um dos porta-vozes da plataforma confirmou isso em uma entrevista coletada pela CNN: “Estamos testando isso porque queremos que os seguidores se concentrem nas fotos e vídeos que são compartilhados, não na quantidade de 'curtidas' que recebem”..

A ideia do gigante da mídia social é que apenas o usuário que publica o conteúdo é aquele que pode ver a quantidade de interações obtidas. Assim, você não precisa se preocupar com o fato de seus amigos saberem o quão populares ou envolventes são suas postagens..

No entanto, parece que esta nova abordagem não conseguiu convencer totalmente os especialistas. De acordo com Association for Psychological Science (Associação de Ciências Psicológicas), embora a estratégia do Facebook pudesse reduzir a exposição a problemas relacionados à autoestima, a verdade é que o usuário ainda poderá ver os 'likes' que recebe em suas próprias publicações, por qual risco pode persistir.


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