Sintomas, causas e tratamento da panofobia

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Robert Johnston
Sintomas, causas e tratamento da panofobia

O panofobia é uma ameaça vaga e persistente ou medo de algum mal desconhecido. É um medo irracional, ou seja, não existe uma causa lógica que o desencadeie. Esta fobia é mais conhecida como medo não específico ou medo de tudo.

O termo panofobia vem do grego panto, o que todos querem dizer, e de fobos, o que significa medo. Considera-se que esta palavra também pode vir do deus grego Pã, que instilou sentimentos de medo ou pânico..

Não existe uma classificação específica para esta fobia em manuais de transtornos mentais como DSM ou CID, mas considera-se que pode fazer parte de outras patologias como esquizofrenia, transtorno de personalidade borderline ou, principalmente, transtorno de ansiedade generalizada..

Neste último, uma das principais características que o definem é a preocupação excessiva com a ocorrência de uma série de eventos, como ocorre no caso da panofobia..

É uma fobia muito limitante e prejudicial para a pessoa que a sofre, porque ao contrário de outras fobias que são especificadas em algum evento específico, objeto ou animal, neste caso a gama de medos é muito mais ampla.

Índice do artigo

  • 1 Causas da panofobia
    • 1.1 Experiência de um evento traumático
    • 1.2 Herança genética
    • 1.3 Herança aprendida
  • 2 sintomas
  • 3 tratamentos
    • 3.1 Dessensibilização sistemática
    • 3.2 Terapia cognitivo-comportamental
    • 3.3 Auto-instruções
    • 3.4 Hipnose
    • 3.5 Atenção plena ou atenção plena
    • 3.6 Drogas
    • 3.7 Beta-bloqueadores
    • 3.8 Benzodiazepínicos
    • 3.9 Antidepressivos
  • 4 Bibliografia

Causas da panofobia

Muitas vezes é difícil saber as causas que originam a panofobia, porque muitas vezes a pessoa não se lembra quando ou antes de qual evento específico o medo começou. Mas a maioria dos estudos concorda que a origem da panofobia acontece porque a pessoa desenvolveu anteriormente outras fobias específicas.

Por exemplo, uma pessoa que tem medo de voar de avião (aerofobia), de falar em público (fobia social), de aranha (aracnofobia), pode acabar extrapolando esse medo para os sintomas que o enfrentamento dessas situações produz..

Ter esses medos anteriores torna a pessoa mais vulnerável e, ao longo do tempo, eventos ou lugares diferentes podem causar o mesmo medo que as primeiras fobias.

Dessa forma, o medo se generaliza e a pessoa passa a evitar e fugir de tudo o que o medo produz nela, fazendo com que o medo aumente, tornando-se um círculo vicioso..

Experiência de um evento traumático

Outra possível causa para o desenvolvimento desta fobia é ter vivenciado um evento traumático ou evento durante a infância ou adolescência.

Em decorrência dessa situação, a pessoa desenvolve um medo intenso de que isso aconteça novamente e, portanto, gera o medo daquela situação e evita sua recorrência a todo custo. Esta evasão novamente causa aumento do medo.

Herança genética

Outra causa para o desenvolvimento da panofobia está relacionada à herança genética. Alguns estudos mostram que sentimentos de medo e ansiedade podem ser transmitidos por genes, assim como alguns traços de personalidade.

Segundo pesquisas, essa transmissão não significa que a pessoa necessariamente desenvolverá a fobia, mas sim que ela ficará mais vulnerável ou terá maior predisposição para desenvolvê-la caso ocorra em conjunto com outro conjunto de fatores, como exposição para uma situação traumática.

Herança aprendida

E, finalmente, podemos apontar a herança aprendida como outra causa para desenvolver a fobia. Numerosos estudos mostram que ao observar o comportamento temeroso de pais ou figuras de referência em determinadas situações, eventos, animais, etc. a pessoa aprende a ter esse mesmo medo.

A criança aprende a incorporar a mesma reação que observa nos pais. Quando uma criança ainda não atingiu a capacidade de raciocínio e vê que suas figuras de referência reagem constantemente com medo e ansiedade diante de diferentes situações, ela passa a acreditar que há algo real a temer nelas. Este processo de aprendizagem contribui para o surgimento da fobia.

O desenvolvimento da fobia é diferente em cada pessoa, mas como regra aumenta com o tempo se não for corrigida e se iniciar o tratamento adequado.

Sintomas

O principal sintoma da panofobia é o medo persistente ou pavor de praticamente tudo. Inclui medo de objetos, animais, situações, pessoas, etc..

A pessoa que sofre dessa fobia costuma ter um sentimento constante de medo, o que a leva a evitar situações e contatos. Um dos primeiros sintomas, portanto, é o isolamento social.

A nível psicológico, os principais sintomas são depressão, ansiedade, tristeza ou choro constante, baixa autoestima e sentimentos de impotência ou culpa. Pensamentos obsessivos e recorrentes sobre o medo também aparecem, o que não permite que a pessoa pense ou se concentre em outras tarefas.

Em alguns casos, o medo de perder o controle ou enlouquecer também aparece. A pessoa tem um medo intenso e persistente e por isso o desejo de fugir ou escapar da situação também é constante.

Em um nível físico, sintomas como tonturas, palpitações, tremores, sudorese excessiva, dor no peito, respiração rápida, dor e / ou tensão corporal, vômitos ou dor abdominal aparecem.

Um sintoma concreto desta fobia são as constantes descargas de adrenalina que a pessoa sofre devido ao estado de alerta permanente. Esses choques são sempre seguidos de um período de fadiga em que o corpo precisa se recuperar do esforço. Por ter essas descargas constantes, o estado de fadiga nessas pessoas é praticamente permanente.

Tratamentos

Existem diferentes tratamentos específicos para a panofobia. A aplicação de um ou de outro será definida pelas características do paciente, pela gravidade da fobia ou pela orientação do próprio terapeuta.

Dessensibilização sistemática

A dessensibilização sistemática é uma das técnicas mais eficazes no tratamento da panofobia. Essa estratégia, que se tornou uma das mais utilizadas, foi criada por Wolpe em 1958.

Destina-se a reduzir as respostas de ansiedade produzidas pela exposição a objetos ou situações temidas e a eliminar as respostas de evitação ou fuga. Baseia-se na implementação de respostas incompatíveis com o medo no momento em que surge, impedindo que se desenvolva.

A resposta incompatível com o medo é o relaxamento, então uma das principais ações será treinar essa resposta de relaxamento para poder iniciá-la quando a pessoa se deparar com o objeto ou situação que produz a fobia.

E por outro lado, faz-se uma lista de tudo o que causa medo à pessoa e sob a supervisão do terapeuta é progressivamente exposto a todos esses medos, começando pelos que menos medem até chegar aos que produzem maior desconforto. vez que os anteriores foram superados.

A exposição pode ser ao vivo (voltada diretamente para o objeto de desconforto) ou na imaginação. Paralelamente à realização da exposição, são colocadas em prática as técnicas de relaxamento previamente aprendidas e ensaiadas..

Terapia cognitiva comportamental

A terapia cognitivo-comportamental também se mostrou eficaz no tratamento da panofobia. Esta terapia é baseada no fato de que o que uma pessoa pensa ou diz não é tão importante quanto o que ela acredita.

Se as crenças são irracionais ou distorcidas, isso leva a pessoa a desenvolver distúrbios como o medo irracional. Assim como a pessoa aprendeu a distorcer a realidade e tem medo excessivo de objetos que não deveriam produzi-la, ela pode aprender a deixar de ter esse medo se as crenças que a levaram a tê-lo forem discutidas e questionadas..

A pessoa que tem panofobia percebe tudo ao seu redor como perigoso e ameaçador e também antecipa sempre que algo ruim vai acontecer.

Com este tratamento o terapeuta visa eliminar este tipo de pensamentos perturbadores e substituí-los por outros que sejam realistas, racionais e, portanto, não produzam o medo ou a ativação fisiológica dos anteriores..

Auto-instruções

Derivado da terapia cognitivo-comportamental, outra técnica que se mostrou eficaz no tratamento da panofobia é o treinamento de autoinstrução..

Consiste em uma mudança de comportamento em que se modificam as autoverbalizações que a pessoa faz em qualquer situação que cause desconforto. O objetivo dessa técnica é introduzir uma mudança no que a pessoa diz para si mesma antes de se deparar com a situação temida, durante e depois. Por exemplo, antes do pensamento típico dessa fobia.

“Algo ruim está vindo, algo terrível vai acontecer e eu não estarei preparado para enfrentá-lo. Vai ser horrível ”. O terapeuta propõe ao sujeito modificá-lo por outro pensamento mais realista e adaptativo, como "se ocorrer a situação que você teme, estarei preparado para enfrentá-la.

Não é tão horrível, já vivi outras vezes e não foi tão prejudicial ”. Esses tipos de instruções são previamente ensaiadas para que na hora de se expor à situação temida a pessoa as tenha internalizado corretamente..

Hipnose

Outro tratamento comumente usado para a panofobia é a hipnose. A tarefa fundamental da hipnose é localizar no subconsciente da pessoa a primeira manifestação desse medo e o motivo que o desencadeou, já que normalmente o sujeito não é capaz de reconhecer conscientemente quando esse evento ocorreu..

Conhecidos esses dados, a hipnose permite associar reações de medo a outras positivas, fazendo com que o medo irracional daquele objeto ou situação seja progressivamente reduzido até desaparecer por completo.

. Graças à hipnose, são quebradas associações negativas que fazem com que a pessoa que sofre de panofobia continue a manter aquele medo irracional e desproporcional de um animal, uma situação, um objeto, etc..

Atenção plena ou atenção plena

Mindfulness ou mindfulness é uma técnica que é usada regularmente para o tratamento da panofonia. Os principais componentes dessa estratégia são focar no momento presente, focar no que acontece eliminando a interpretação que cada um pode fazer daquele fato, aceitar o desagradável como parte da experiência e renunciar ao controle direto sobre o que acontece..

Desta forma, a pessoa é ensinada a parar de antecipar que algo ruim pode estar por vir, porque ela se concentra apenas no momento presente, no que está acontecendo aqui e agora.

Ele também tenta neutralizar o medo irracional porque aceita que um leve medo ou ansiedade em certas situações pode ser desagradável, mas ele aceita. Quando a pessoa aprende a aceitar essa parte desagradável da experiência, ela não a rejeita ou tem medo.

Drogas

Finalmente, os medicamentos são considerados nos casos mais graves de fobia e são usados ​​para controlar os sintomas quando são excessivamente incapacitantes..

Eles são eficazes a curto prazo e fornecem alívio temporário, mas não tratam a causa subjacente da doença. Existem três tipos de medicamentos usados ​​para tratar a panofobia.

Bloqueadores beta

Por um lado, os chamados beta-bloqueadores, cuja principal função é bloquear o fluxo de adrenalina que surge em situações de medo ou ansiedade. Dessa forma, os sintomas físicos, como suor excessivo ou palpitações, são controlados..

Benzodiazepínicos

Outro tipo de medicamento de uso frequente são os chamados benzodiazepínicos, que proporcionam certo nível de sedação sem ser muito alto ou perigoso para a saúde da pessoa..

Eles também atuam como relaxantes musculares e seu efeito é imediato. Pelo contrário, apresentam alto risco de dependência em longos tratamentos.

Isso torna necessário o uso racional desses medicamentos, avaliando quanto tempo levará o tratamento medicamentoso, dependendo do diagnóstico e do prognóstico esperado e se os benefícios decorrentes desse tratamento superam os riscos assumidos..

Antidepressivos

E, finalmente, o uso de antidepressivos pode ser útil quando os sentimentos de medo são especialmente graves e debilitantes. Em qualquer caso, o tratamento médico deve ser controlado e supervisionado por um especialista além de não ser um tratamento único, pois sempre será combinado com a terapia psicológica para resolver o medo de sua origem..

Bibliografia

  1. Olesen, J. Fear of Everything Phobia. A lista definitiva de fobias e medos.
  2. Maharjan, R. Panophobia: Fear of Everything- Causes, Symptoms and Treatment. Healthtopia
  3. Crocq, M. (2015) Uma história de ansiedade: de Hipócrates a DSM. Diálogos em Neurociência Clínica.
  4. A panofonia sempre pode ser superada. CTRN: Mudança agora.
  5. Dryden-Edwards, R. (2016) Phobias. Medicinenet.
  6. Preda, A. (2014) Phobic Disorders Treatment & Management. Medscape.
  7. Carbonell, D. (2016). Terapia de exposição para medos e fobias. Treinador de ansiedade.

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