O recursos Renováveis são todos aqueles fatores que satisfazem uma necessidade humana e podem ser substituídos a uma taxa igual ou superior ao seu consumo. Os recursos renováveis incluem energias renováveis e materiais e elementos renováveis.
No entanto, não existem recursos infinitos, pois se forem submetidos a uma superexploração extrema ou se seu ciclo natural for afetado, eles desaparecerão. Por isso, hoje se destaca a importância do desenvolvimento sustentável, a partir do uso racional dos recursos.
Em qualquer caso, os recursos renováveis são caracterizados por responder a ciclos naturais, sejam ciclos biogeoquímicos ou ciclos biológicos. Entre esses recursos estão as energias renováveis, como solar, eólica, hídrica, das ondas e geotérmica..
Da mesma forma, são recursos materiais renováveis, como organismos biológicos e seus derivados (biodiversidade) ou elementos inorgânicos (água, solo, oxigênio, hidrogênio).
Índice do artigo
Todos os países do mundo, dependendo de sua localização geográfica e história natural, possuem certos recursos renováveis. Estes são economicamente valiosos e fundamentais para o desenvolvimento das nações.
Por exemplo, o México é um dos países considerados megadiversos, ou seja, possui grande diversidade biológica. Este país possui uma riqueza especial em produtos agrícolas e pecuários, sendo um centro de domesticação de espécies como o milho e o feijão..
Esses organismos vivos representam os recursos biológicos que este país possui, para fins alimentares, medicinais e industriais. O México também possui fontes renováveis de energia, especialmente a energia solar.
Na Europa, destaca-se o caso da Espanha, por ser o país com maior biodiversidade neste continente e um dos que mais fomentou as energias renováveis..
Continuando pela América Latina, países como Colômbia, Peru e Venezuela também são países megadiversos. Seus territórios são cobertos em mais de 50% por florestas tropicais, o que lhes confere uma riqueza de recursos biológicos muito importantes..
Por outro lado, esses países cobrem sua demanda de eletricidade com energia hidrelétrica em 65%, 40% e 70%, respectivamente. O Peru, especificamente, é outro centro de origem e diversidade de espécies agrícolas, como a batata..
Já no extremo sul do continente americano, a Argentina é um país que se destaca por sua riqueza em recursos agrícolas e pecuários renováveis.
Os recursos renováveis em sua produção seguem ciclos regulares a taxas que excedem o consumo humano. Nesse sentido, o ciclo de produção do recurso permite repor as quantidades consumidas e renová-las..
Os recursos energéticos renováveis obedecem a fontes regulares como a energia solar ou fontes secundárias também originadas pela energia solar. No caso da energia geotérmica, ela responde ao calor liberado pelo centro de magma do planeta.
Tanto a energia solar quanto a fornecida pelo centro fundido da Terra são energias finitas a muito longo prazo. No entanto, em uma escala humana, ambas as fontes de energia são contínuas e, portanto, renováveis..
Nem todos os recursos renováveis existem na natureza em quantidades semelhantes à energia solar, por serem considerados inesgotáveis à escala humana. Alguns, como biodiversidade ou solos, dependem da taxa de uso ou consumo.
Embora esses recursos sigam ciclos de substituição, o uso sustentável é necessário porque uma taxa de consumo superdimensionada os transforma em recursos não renováveis..
Por exemplo, uma planta medicinal se é extraída da natureza em taxas superiores à reprodução de suas populações, ela se extingue. Nesse sentido, o recurso seria perdido, sem possibilidade de renovação.
Portanto, hoje partimos do princípio de que todos os recursos devem ser submetidos ao uso sustentável. Isso implica manter um equilíbrio com base em sua taxa de reposição, a fim de evitar seu esgotamento..
A energia solar é exaurível em um período cósmico, pois dentro de 5 bilhões de anos o sol se apagará, mas em uma escala humana ela é reabastecida dia a dia em um ciclo regular.
Por outro lado, é uma energia limpa (não gera resíduos poluentes) e pode ser utilizada para acionar motores a vapor ou produzir energia elétrica.
A energia eólica responde à força dos ventos, que por sua vez obedecem às correntes atmosféricas. Estes são gerados pelo aquecimento solar diferencial da superfície terrestre.
Os ventos são capazes de impulsionar pás que por sua vez movem turbinas com geradores que transformam esse movimento em energia elétrica.
É a energia gerada pela força das ondas do mar e para a qual existem várias opções tecnológicas, podendo ser transformada em energia mecânica ou acumulada como energia elétrica. Em alguns casos, o impulso das ondas ativa turbinas e em outros permite que a água se acumule em tanques que posteriormente acionam as turbinas por gravidade..
A energia hidráulica combina o ciclo da água, impulsionado pela evaporação da água, a energia solar e a força da gravidade. A água evapora dos reservatórios existentes (oceanos, lagos, rios), é levada pelas correntes de ar e, em seguida, condensa e precipita.
Conforme a água cai no curso superior, ela é drenada por gravidade, acumulada em barragens e forçada a passar pelas turbinas. Desta forma, a energia da queda d'água é transformada em energia mecânica que por sua vez é convertida em energia elétrica.
No processo de condensação da poeira cósmica que formou o planeta durante a constituição do sistema solar, atuaram altas temperaturas e pressões. Durante milhões de anos, a crosta terrestre esfriou e se consolidou, mas seu centro ainda permanece em um estado de matéria semifluida muito quente..
No núcleo desta Terra existem temperaturas extremamente altas que emitem calor através das camadas da Terra até a superfície. Hoje existem tecnologias para aproveitar esse calor das camadas subterrâneas, gerando vapor para movimentar as turbinas.
Da matéria vegetal é possível obter o etanol (álcool), combustível que pode ser utilizado para diversos fins. Um dos usos mais comuns é como aditivo na gasolina.
Há uma série de recursos naturais que respondem tanto aos ciclos biogeoquímicos quanto aos ciclos biológicos que garantem sua renovação periódica..
A água é um recurso vital, sendo necessária aos seres humanos para consumo direto, agricultura e pecuária e usos industriais. A água segue um ciclo biogeoquímico e os seres vivos a consomem, utilizam em seus processos fisiológicos e a excretam na forma de vapor ou líquido..
Por outro lado, a água que se encontra em reservatórios naturais e não é consumida pelos seres vivos, evapora e passa para a atmosfera. À medida que sobe para as camadas superiores da atmosfera e diminui a temperatura, condensa e precipita formando chuva.
A água corre do solo para as depressões oceânicas sendo por isso um recurso que se renova ciclicamente, estando disponível em termos gerais para a sua utilização..
Assim como a água, o oxigênio cumpre um ciclo biogeoquímico, no qual os organismos fotossintéticos desempenham papel fundamental. A atmosfera da Terra era inicialmente pobre em oxigênio, mas posteriormente este elemento aumentou sua concentração devido ao processo de fotossíntese..
A partir desse momento, a grande maioria dos organismos do planeta são aeróbios e por isso o oxigênio se tornou um recurso fundamental para eles..
Semelhante ao oxigênio, o hidrogênio é um elemento que segue um ciclo biogeoquímico, que é uma parte indissolúvel do ciclo da água. Os usos desse recurso são diversos e, por exemplo, junto com o oxigênio, faz parte do combustível para espaçonaves..
Da mesma forma, é utilizado como hidrogênio líquido e tem a vantagem de, como resíduo, produzir apenas água, portanto, não é poluente..
Os solos são um recurso fundamental na medida em que sustentam as atividades agropecuárias. Nesse sentido, os fatores que atribuem o valor do recurso solo são basicamente sua fertilidade e capacidade de retenção de umidade..
Este, por sua vez, é determinado por sua estrutura, conteúdo de matéria orgânica, capacidade de troca catiônica, pH e outras variáveis..
Assim, qualquer alteração significativa nesses fatores ou variáveis deteriora o solo como recurso natural. Em alguns casos, deficiências ou alterações podem ser corrigidas e o recurso é renovado como uma perda de fertilidade que pode ser resolvida com a adição de fertilizantes.
No entanto, uma alteração séria como a erosão da camada fértil é muito mais difícil de resolver e o recurso seria irremediavelmente perdido..
A biodiversidade é a totalidade dos organismos vivos que existem no planeta e representa um recurso natural fundamental para o ser humano. Fazemos parte da biodiversidade e para viver precisamos consumir outros organismos vivos ou seus derivados.
Usamos plantas, animais, bactérias e fungos para fazer medicamentos que curam nossas doenças. Além disso, usamos materiais de seres vivos para construção, como madeira, ou para fazer papel de carta..
Hoje é dada grande importância à riqueza em recursos genéticos de um país devido ao potencial que representa para alimentos, medicamentos e indústria. Por outro lado, os seres vivos são parte fundamental dos ciclos biogeoquímicos que garantem outros recursos renováveis como água e oxigênio..
O recurso da biodiversidade responde a um ciclo biológico de reprodução que permite a sua renovação e que funciona desde que esse ciclo não seja ultrapassado pela taxa de consumo. Portanto, é um recurso renovável, desde que sujeito a um uso racional e sustentável..
As plantas cultivadas fazem parte da biodiversidade, mas diferem da diversidade de plantas selvagens porque dependem do manejo humano para sobreviver. As culturas vêm de espécies selvagens que foram selecionadas e manipuladas por humanos para melhorar certas características como um recurso.
Ao contrário do resto da biodiversidade, diferentes culturas são um recurso renovável na medida em que são utilizadas. Se uma cultura para de ser produzida, na maioria dos casos ela estará destinada a desaparecer porque perdeu a capacidade de sobreviver na natureza..
Muitas espécies cultivadas sofrem um processo de erosão genética (perda de sua diversidade genética) à medida que desaparecem parte de suas variedades. Por exemplo, variedades não comerciais de milho estão desaparecendo por não serem cultivadas, priorizando certos híbridos demandados pelo agronegócio.
Para evitar a perda de recursos desta forma, são criados bancos de germoplasma onde são guardadas as sementes dessas variedades pouco cultivadas..
Tal como acontece com as plantações, os humanos domesticaram espécies animais por mais de 10.000 anos. Isso para fornecer comida ou outros recursos, como peles ou força motriz ou transporte..
Da mesma forma, os animais reprodutores devido à domesticação perderam muitas das características que lhes permitiam sobreviver na natureza. Nesse sentido, aquelas espécies ou raças que não são mais objeto de criação tendem a desaparecer..
Um tipo de recurso renovável que vem ganhando popularidade são os bioplásticos, como substitutos dos plásticos derivados do petróleo. Os bioplásticos são produzidos a partir de produtos vegetais e, neste sentido, são recursos renováveis e biodegradáveis.
O México está entre os 10 países do mundo com a maior taxa de crescimento na geração de energia eólica. Da mesma forma, este país é líder na América Latina no uso de energia solar.
O México é um dos 17 países megadiversos, abrigando entre 10 e 12% das espécies do planeta. Isso constitui uma acumulação de recursos renováveis muito valiosos para a economia deste país..
Só em plantas este país tem mais de 26.000 espécies e 34% do seu território é coberto por florestas.
Em relação aos recursos agrícolas, basta mencionar que o México é um dos centros de origem e domesticação de muitas plantas cultivadas. Cerca de 120 espécies cultivadas foram originalmente domesticadas no México como milho (Zea mays) e feijão (Phaseolus vulgaris).
O México alcançou alta produção em bovinos (carne e leite), aves (carnes e ovos), suínos, caprinos e ovinos. Também possui uma importante produção de peru ou peru (Meleagris gallopavo), com quase 4 milhões desta espécie endêmica dos Estados Unidos e do México.
Por outro lado, é o segundo maior produtor de suínos da América Latina e na produção apícola (mel) possui mais de 2 milhões de colmeias produtivas.
A Espanha tem feito importantes avanços no desenvolvimento das energias renováveis, especialmente hidrelétrica, eólica e solar, e em 2018 atingiu a meta de gerar 40% de sua energia elétrica através de energias renováveis. Da mesma forma, do total de energias primárias utilizadas neste país, 13,9% são renováveis.
Por ser um país mediterrâneo e devido à sua proximidade com a África, a Espanha é o país com maior diversidade biológica da Europa. Possui cerca de 10.000 espécies de plantas e mais de 36% de sua geografia é coberta por florestas.
Tradicionalmente, este país teve um setor agrícola bastante desenvolvido e tem recursos importantes em áreas como legumes, azeitonas (Olea europaea) e a videira (Vitis vinifera).
Na produção animal destacam-se os suínos, com raças com denominação de origem como o porco ibérico. No sector ovino existe também uma longa tradição produtiva com raças como a ovelha La Mancha e a ovelha Merino..
Já no caso da produção bovina existem várias raças nativas da Espanha como a montanha asturiana, a negra ibérica-avilana, a loira galega e outras..
Relativamente à criação de cavalos, é reconhecido o cavalo andaluz ou cavalo de raça espanhola, que se encontra entre as raças mais antigas. Existem também outras raças autóctones puras como o cavalo Losino, o puro-sangue galego ou o Asturcón..
Outras raças são a Monchino, a Pottoka, a Jaca Navarra, a Maiorca e a Menorquina. A raça de cavalos do pântano, típica da área natural dos pântanos de Doñana na Andaluzia, está em perigo de extinção..
A Colômbia gera 65% de sua eletricidade por meio de energia hidrelétrica e tem 140 MWp de energia solar instalados. Por outro lado, em termos de energia eólica atinge uma potência de 19,5 MW, que é apenas 0,4% do seu potencial teórico.
A Colômbia é outro dos 17 países considerados megadiversos, com mais de 40.000 espécies de plantas e 456 espécies de mamíferos. Em palmeiras, possui a maior diversidade do mundo com cerca de 270 espécies e cerca de 55% do território nacional é coberto por ecossistemas de selva tropical..
A Colômbia tem um setor agrícola próspero com várias culturas, incluindo espécies nativas como a batata da espécie Solanum phureja ou batata crioula. Este país alcançou um produto de alta qualidade em áreas como o café (Coffea arabica) e cacau (Theobroma cacao).
Há também um pool genético valioso em culturas de frutas não tradicionais, como o sapote sul-americano (Quararibea cordata).
A Colômbia tem promovido um setor de pecuária bovina altamente genético baseado na obtenção de raças puras adaptadas às suas condições específicas. Da mesma forma, possui uma importante produção de aves (carnes e ovos) e suínos..
A principal fonte de energia renovável do Peru é a hidrelétrica, para a qual existe um grande potencial neste país. Mais de 40% da demanda de eletricidade é atendida com esta fonte de energia e apenas 3,2% é atendida com energia solar e eólica.
O Peru é um dos 12 países com maior diversidade de ecossistemas, bem como um dos 17 países megadiversos em número de espécies. Sua flora é composta por cerca de 25.000 espécies, tendo mais de 50% de sua superfície coberta por florestas.
O Peru é um importante centro de origem e domesticação de plantas cultivadas, com cerca de 128 espécies de plantas nativas domesticadas. Uma dessas culturas é a batata (Solanum tuberosum), de grande importância global e das quais existem cerca de 2.000 variedades neste país.
Na região do Lago Titicaca existem 200 espécies de batata silvestre que representam um importante banco genético para o melhoramento de variedades comerciais.
No Peru são produzidos bovinos, suínos, caprinos e pássaros e existem três espécies nativas domesticadas (a alpaca (Vicugna pacos), ligar (Lama glama) e cobaia (Cavia porcellus)). Também se destaca na criação de cavalos Paso, com denominação de origem Cavalo Paso Peruano, produto de exportação.
Por ser um país petrolífero, a Venezuela tem focado sua política energética no uso desse combustível fóssil, com pouco desenvolvimento de energias renováveis. A exceção é a energia hidrelétrica, que neste país representa 70% da produção de eletricidade.
Em 2012, passou a se aventurar na geração de energia eólica com a instalação de dois parques eólicos.
A Venezuela ocupa o sétimo lugar entre os países megadiversos do planeta, com cerca de 20.000 espécies de plantas e é o quinto país do mundo em diversidade de aves.
Devido à sua localização geográfica, é influenciado pela flora do Caribe, Andes, Guiana e Amazônia e mais de 50% do território venezuelano é coberto por florestas tropicais..
Como um país amazônico, a Venezuela possui uma alta diversidade genética em culturas nativas. Entre estes estão o abacaxi (Ananas comosus) e mandioca ou mandioca (Manihot esculenta) No caso do cacau (Theobroma cacao), A Venezuela é o país com a maior reserva genética de cacau crioulo ou cacau fino.
Por outro lado, algumas espécies cultivadas introduzidas na época colonial desenvolveram neste território uma grande diversidade de variedades como a manga e a banana..
As planícies venezuelanas tradicionalmente são pecuaristas desde a colônia, dominando hoje as raças de gado derivadas da espécie Bos indicus. Existe uma raça de gado crioulo derivada dos animais trazidos pelos conquistadores, é o chamado limoeiro crioulo..
Outros itens são a produção de aves (carnes e ovos), suínos e caprinos. Em suínos, é o terceiro maior produtor da América Latina.
A Venezuela é o segundo país do mundo em reservas per capita de água e o primeiro da América.
Junto com o México, a Argentina está entre os 10 países do mundo com a maior taxa de crescimento na geração de energia eólica. Atualmente apenas 4,8% da demanda de eletricidade é coberta com energias renováveis.
No entanto, existe um plano nacional (Plano RenovAry) que visa cobrir 20% até 2025, por meio de projetos eólicos, solares, de bioenergia e hidrelétricos..
A Argentina possui mais de 10.000 espécies de plantas, além de uma grande variedade de ecossistemas que variam de ambientes tropicais, temperados a frios. Ele também tem uma diversidade de pássaros, incluindo pinguins (Spheniscidae) e emas (Rhea spp.), bem como uma importante diversidade da fauna marinha.
Historicamente, a Argentina tem sido um país com alta produtividade em cereais, especialmente trigo (Triticum spp.) Soja (Glycine max) como leguminosa oleaginosa, item da qual é o terceiro país em produção.
Da mesma forma, este país tem se destacado por possuir uma importante indústria vitivinícola com a produção de vinhos de boa qualidade..
A Argentina é um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, ocupando o terceiro lugar nesta área. Além disso, possui uma importante produção de ovinos, principalmente para lã, área em que ocupa o quinto lugar no mundo..
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