O Rio Paraná Está localizada no centro da América do Sul, de onde percorre territórios de três países: Brasil, Paraguai e Argentina. Como muitos de seus rios vizinhos, faz parte da Bacia do Prata, a segunda maior do continente atrás apenas do Amazonas..
Os governos das três regiões que banham o Paraná fazem uso comercial e industrial de seu canal, o que o coloca na categoria de rio internacional. Essas atividades são reguladas por tratados e acordos que garantem o uso razoável e eqüitativo de seus recursos..
Sua extensão exclusiva é de 2.570 km, que somada à extensão do rio Paranaíba, seu principal afluente, chega a aproximadamente 3.740 km. Isso o torna merecedor do segundo lugar entre os maiores rios da América do Sul, sendo superado apenas pelo rio Amazonas..
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O Paraná é um rio multifacetado que possui características que o diferenciam dos demais riachos da região:
Caracteriza-se por banhar com suas águas algumas das cidades mais populosas da América do Sul, com um fator de crescimento anual de mais de 1.000.000 de habitantes..
Entre os mais importantes estão: Três Lagoas, Foz do Iguaçu, Encarnación, Ciudad del Este, Posadas, Puerto Iguazú, Rosário e Buenos Aires.
O Paraná em sua rota sinuosa serve de marco para delimitar fronteiras nacionais e internacionais. Por exemplo, em sua passagem pelo Brasil separa os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. No seu caminho para o sul separa o território dos países que atravessa, servindo mesmo como uma tríplice fronteira.
A bacia do Paraná é a que possui a maior capacidade instalada do Brasil. Nos 820.000 kmdois Na exclusiva bacia deste país existem mais de 57 barragens. Este número considera apenas aqueles que ultrapassam 10 m.
Graças às barragens instaladas no rio Paraná, o Paraguai é o quarto maior exportador de eletricidade do mundo, fornecendo o valioso recurso aos países vizinhos. Ao longo de todo o seu percurso, foram instaladas mais de 100 barragens, algumas de controle binacional que fornecem energia elétrica para a região..
O Paraná está dividido em dois setores de navegação devido à interrupção produzida pela barragem binacional Itaipu, localizada na divisa entre o Brasil e o Paraguai, especificamente entre o município brasileiro de Foz do Iguaçul e o município paraguaio de Hernandarias.
De norte a sul existem duas hidrovias: Paraná-Tietê e Paraná-Paraguai. O Paraná-Tietê é uma malha exclusiva no Brasil que permite que embarcações de até três metros naveguem em todo o seu trajeto, já que as atuais barragens possuem eclusas.
O Paraná-Paraguai é internacional e dá acesso ao mar às cidades do interior do Paraguai e da Argentina por meio de sua confluência no Rio de la Plata. Permite a navegação de embarcações oceânicas de até 1.500 toneladas aos portos do rio Paraná.
Essa característica faz do Rio Paraná um motor da economia e do comércio nacional e internacional da região, servindo como meio de integração para o Mercosul (Mercado Comum do Sul).
O Rio Paraná faz parte do Aquífero Guarani, considerado a terceira reserva mundial de água doce com uma superfície estimada em 1.194.000 km².
É uma acumulação de água doce principalmente subterrânea encontrada sob o território do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Somam-se a essas águas subterrâneas as bacias dos rios Uruguai, Paraná, Pilcomayo, Paraguai, Salado e Bermejo..
Este recurso compartilhado é explorado pelos países para uso comercial, industrial, irrigação e recreativo..
O rio Paraná nasce em território brasileiro a 1.448 metros acima do nível do mar, produto da confluência do Rio Grande e do Paranaíba na tríplice fronteira entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso del Sur.
Desde sua nascente no Brasil até sua foz na Argentina no Río de la Plata, o Paraná segue um curso sinuoso de norte a sul. Sua silhueta desenha inúmeras curvas e curvas cuja causa aumenta e diminui, formando ilhas na planície de inundação..
É considerado o sexto rio de planície do mundo. Seu roteiro é dividido em quatro partes para o seu estudo: alto Paraná, médio curso, baixo curso e Delta do Paraná.
Vai de sua nascente na confluência do Rio Grande com o Paranaíba, no Brasil, até sua confluência com o rio Paraguai, na fronteira entre o Paraguai e a Argentina. Possui 1.550 km de extensão e percorre o maciço brasiliense. É caracterizada pela presença de corredeiras e saltos que têm sido utilizados para a instalação de barragens.
Com extensão aproximada de 722 km vai desde a confluência com o rio Paraguai até a cidade de Diamante em território argentino. Neste trecho, o Paraná se transforma em um rio de planície no sentido estrito, com suas ilhas e meandros característicos sobre um vale de inundação. As quedas do alto Paraná dão lugar neste trecho a uma inclinação aproximada de 3 a 4 centímetros..
Vai da cidade de Diamante (Argentina) até sua confluência com o rio Uruguai. Neste trecho, o Paraná apresenta ravinas ativas e mortas. O canal regular atravessa as ravinas ativas a caminho de sua foz. Desfiladeiros mortos são inundados apenas por enchentes de rios.
Uma característica que se destaca nesse curso é a presença de uma rede labiríntica de ilhas e restinga que se formam com os sedimentos que chegam ao Paraná por seus afluentes..
Vai desde sua confluência com o rio Uruguai até sua foz no Río de la Plata, tem uma extensão linear aproximada de 320 km em uma área de 14.100 km²..
Como o próprio nome indica, é caracterizada pela presença de ilhas fluviais atravessadas por canais em terreno alagado. A largura de seus braços varia de 18 a 65 km, tornando-se um importante atrativo turístico da região. Ao contrário de outros deltas, o do Paraná é feito exclusivamente de água doce.
Neste mapa você pode ver a foz deste rio:
O Paraná possui vazão média de 17.300 m³ / s, podendo chegar a 65.000 m³ / s no máximo, devido à influência das chuvas em sua nascente, seu traçado e de seus afluentes. Apresenta vazão máxima entre fevereiro e março e mínima entre agosto e setembro.
Seus afluentes incluem os rios Verde, Carcarañá, Bermejo, Pardo, Monday, Ivinhema, Tieté, Paranaíba, Ivaí, Negro, Gualeguay, Iguazú, Guayquiraró, Piquirí, Corriente, Paraguai, Santa Lucía e Salado..
Em seu percurso, o rio Paraná atravessa várias biorregiões que, juntas, lhe proporcionam grande biodiversidade..
Este trecho está localizado na Mata Atlântica, mais conhecida como Mata Atlântica, bioma declarado reserva da biosfera em 1992 pela UNESCO devido à grande diversidade de fauna e flora que abriga..
Essa floresta apresenta espécies de plantas que ultrapassam os 35 metros de altura, com grande variedade de orquídeas, cipós e samambaias que cobrem a cúpula das árvores buscando aproveitar a luz solar..
Espécies representativas da região são o cedro, o pinheiro-do-pará, o anchicho, o guayaibí, o timbó, o guatambu, o papagaio-preto, o lapacho, a vilca, o ibirapitá e a folha de coca..
Devido ao desmatamento causado pela indústria madeireira e gerado pela criação de espaços para cultivo, algumas espécies endêmicas estão ameaçadas pela perda de seu habitat..
Nesta seção, florestas abertas, florestas xerófilas, pastagens e áreas inundadas são combinadas. A presença de uma grande planície e sua pouca inclinação tornam a área propensa a inundações, essa característica se reflete na flora que predomina no setor..
As espécies comuns são juncos, salgueiros, ceibos, ñandubay, pajonales de totora, camalotales, espécies flutuantes, palmeiras de caranday, algarrobo, juncos e palmeiras de yatay.
Neste trecho encontram-se as mesmas espécies do curso médio, dando lugar gradativamente à vegetação do delta. Destacam-se as seguintes espécies: amieiro, salgueiro crioulo, timbó branco e vermelho, curupí, ceibo e louro, além de pastagens em solos bem drenados.
80% da superfície é coberta por formações herbáceas. Plantas vasculares, pastagens, canaviais e pastagens são abundantes. Nas matas nativas existem alfarrobeiras, madeireiras e cravos pretos. Grande parte da mata nativa foi eliminada para o desenvolvimento de monoculturas e fruticultura..
O rio Paraná possui uma grande diversidade de espécies, algumas delas endógenas e protegidas. Seu estudo e descrição são extensos e sua observação constitui um dos principais atrativos turísticos da região. Existem parques nacionais como o Pré Delta, localizado na província argentina de Entre Ríos, criado no leito do rio Paraná para a proteção da flora e da fauna..
Entre os répteis destacam-se a tartaruga aquática de pescoço comprido, a tartaruga terrestre, o yarará, o jacaré-preto e o ñato, o lagarto overo, a víbora-coral e a cascavel..
Também existe um grande número de aves, tanto nativas como migratórias, entre as quais poderíamos analisar:
O hornero, a aranha de cara preta, o tordo de cara preta, o cardeal, o bico de prata, a cabeça preta, o pequeno cais, o pintassilgo, o tacuarita azul, o benteveo, o pica-pau real, o chingolo, o tordo vermelho, o cardeal, o caraú, a garça-real, a garça-feiticeira, a garça-azul, a pequena gallareta, o galo d'água e o pato pampa sirirí, a andorinha doméstica e parda, o suiriri real e a lacraia.
Em seu roteiro, são apreciados refúgios naturais como o estabelecido na província argentina de Misiones, onde se promove a observação de aves silvestres para favorecer a proteção ambiental..
Os mamíferos mais característicos são o tatú, a onça-pintada, o lobo do rio, a capivara, o cervo-do-pântano, o puma, o gato-do-mato, o rato d'água e o rato-vermelho, o rato do campo, a culinária comum, nutria, vermelho e overa doninha, rabo-curto dos pampas, morcego-de-rato, morcego marrom, jaguatirica, anta, capivara, koati, caititu e catetos, raposa do vinagre e macaco bugio-preto.
A pesca esportiva, artesanal e comercial é abundante no rio Paraná, por isso representa uma importante atividade econômica na região..
Estima-se que existam cerca de 212 espécies de peixes em suas águas, entre as quais se destacam a carpa comum e herbívora, bagre, surubíes, patíes, dourado, mojarras, dentuço, velhas da água, ricola, corvina, tarpão e bogas. . A espécie mais explorada comercialmente é o tarpão, pescado para consumo regional e exportação.
Várias competições de pesca de grande atrativo turístico para a região são realizadas no rio Paraná, entre as maiores o Festival Nacional de Dourado, o Festival Nacional de Pesca Fluvial variada e o Festival Nacional de Surubí..
A sua localização o torna uma fonte de água acessível para centros populacionais, indústrias e terras agrícolas. Infelizmente, os resíduos produzidos nessas instâncias são aproveitados de forma irresponsável e eles acabam no leito do rio..
O desenvolvimento econômico da região, principalmente o desmatamento da flora nativa para a criação de terras para cultivo e pastagem, tem modificado o perfil das margens do Paraná..
Isso impacta diretamente a quantidade de sedimento que chega às suas águas devido à pouca proteção que o solo tem contra fatores ambientais como a precipitação..
O excesso de sedimentos impacta na qualidade da água, afetando a fauna e a vegetação que dela dependem para sua subsistência. A baixa qualidade da água produz um efeito dominó devastador para a diversidade da região, já que cada elo depende do outro, quando uma espécie está em perigo toda a cadeia é afetada pela impossibilidade de se ajustar à mudança..
Outro perigo que advém do desenvolvimento econômico da região se manifesta nos projetos de novas barragens no leito do rio. Isso implica na inundação de áreas virgens que ocupam mais espaço dos já esgotados ambientes nativos da espécie, que estão irremediavelmente deslocados..
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