Muitas pessoas que procuram um parceiro o fazem com impaciência e ansiedade. Tenho visto isso nos encontros que organizo com pessoas que buscam um parceiro na Internet. Essas pessoas vivem seu tempo de solteiro como um tempo de espera, um tempo de qualidade vital menor do que o tempo em que estão casados.. Dedicam-se a desejar e esperar, sem perceber que a vida não para, que continua contando mesmo que estejam esperando..
O problema é que a impaciência é um péssimo conselheiro para tomar decisões: para eliminar a inquietação causada pela impaciência e pela solidão, escolhemos alguém sem conhecê-los bem, muito rapidamente. E escolher bem é um dos segredos para não naufragar na primeira vez em um relacionamento.. Quantas decepções poderiam ser evitadas conhecendo-se um pouco antes de nos dar!
É um paradoxo: se quer tanto algo que acabamos sabotando o desejo. Como podemos evitá-lo e criar as melhores condições para acasalar com uma pessoa 10?
Encontrar o parceiro certo é um projeto que vale totalmente a pena. Graças à minha experiência pessoal, trabalhando com terapeutas especializados em questões de relacionamento e minha experiência como facilitador de relacionamento, posso compartilhar essas quatro ideias para escolher um parceiro corretamente e maximizar as chances de encontrar a pessoa certa.
Os relacionamentos geralmente se desenvolvem progressivamente. Em uma primeira fase, dois estranhos se encontram: eles se socializam, compartilham o tempo, diversão e atividades.
Nesse momento vemos quem é o outro, do que gosta, como nos trata, o que partilhamos e o que nos separa ... É verdade que às vezes, podemos sentir atracção por alguém desde o primeiro momento. Mas você tem que pegar leve: é sobre atração sexual.
O desejo pode nos levar a queimar estágios, mas então devemos ter certeza de que estamos nos colocando nas mãos do acaso. Esperançosamente, talvez tenhamos sido atraídos por alguém de quem também gostamos como pessoa, que vale a pena estar conosco e que nos corresponde. Mas estamos nas mãos da sorte, como se tivéssemos comprado um bilhete de loteria.
Se tivermos levado as coisas devagar, depois de conhecer alguém e compartilhar tempo e atividades, chegaremos a uma segunda fase do relacionamento. Essa pessoa captou nosso interesse e há uma abordagem mútua. Começa uma certa intimidade, passamos a nos conhecer melhor, compartilhamos informações pessoais e deixamos aquela pessoa entrar numa dimensão mais emocional.
Pode acontecer que aquela pessoa que começa a gostar de nós não nos tenha atraído especialmente quando a conhecemos. Mas, à medida que conhecemos alguém e gostamos dela, nossa percepção de seu físico também muda..
A terceira fase do início dos relacionamentos traz intimidade física e sexo. E aqui podemos cair na armadilha da pressa. A intimidade sexual nos faz sentir uma conexão, compartilhar prazer físico e manifestações físicas de afeto.
E se essa fase ocorre com alguém que não conhecemos o suficiente, é fácil idealizar a outra pessoa, atribuindo características que ela pode não ter. Portanto, começar esta fase muito cedo pode nos levar a escolher precipitadamente.
O mitos sobre o amor Eles são outro grande obstáculo que nos leva a escolher e manter relacionamentos errados. A paixão tem uma aura literária há séculos, mas literatura, cinema e contos de fadas são uma coisa, e a realidade é outra..
Desmistificar o amor não o estraga: ao contrário, nos ajuda a escolher a pessoa certa e a fazer a nossa parte para cultivar o relacionamento. Quais são esses mitos?
1. O amor pode fazer tudo: o amor que sentimos por alguém não garante que o outro mude sua forma de agir ou seus sentimentos por nós.
2. O amor é predestinado: somos potencialmente compatíveis com muitas pessoas. Não é verdade que só existe um amor autêntico na vida, nem que o amor é eterno.
3. Amar como casal é a coisa mais importante: o casal não é fonte constante de felicidade, às vezes, ou em determinados momentos, é causa de estresse e problemas.
4. Amor é posse e exclusividade: somos uma pessoa completa, com interesses, preocupações, gostos, preferências e ideias próprias. A rendição a um relacionamento não deve implicar deixar de lado o nosso mundo pessoal, mas sim construir um espaço comum onde os mundos das duas pessoas tenham um lugar.
Assim como ser casal não tem apenas aspectos positivos, não ter um parceiro tem aspectos positivos.
1. Você estabelece suas prioridades na vida por sua própria decisão, sem condicionamento de outra pessoa: podemos dedicar tempo e energia ao que mais nos interessa. Pode ser o nosso trabalho ou carreira, um hobby que queremos cultivar, atividade física, cultura, viagens ...
2. Você tem tempo para expandir seus círculos: ser solteiro não significa estar sozinho. Pelo contrário, ter companheiro não é obrigatório, mas a convivência é uma necessidade humana. É hora de conhecer todos os tipos de pessoas, com quem compartilhar hobbies e gostos, e com quem testar a possível compatibilidade como casal, se for o caso..
3. Você pode desfrutar do sexo sem compromisso: ser solteiro não significa ausência de sexo. Existem vários modelos de relacionamento, incluindo o de amigos que dormem juntos, ou o de amantes, para citar dois. É hora de explorar e desfrutar de relacionamentos baseados na sensualidade, com quantas pessoas você quiser.
4. Conheça a si mesmo e saia da sua zona de conforto: estar em um relacionamento é estar em companhia frequente. Estar sozinho nos deixa tempo pessoal para pensar, refletir, propor-se a melhorar o que nos incomoda sobre nós mesmos, propor-se a aprender a administrar as emoções, dedicar tempo ao desenvolvimento pessoal, práticas meditativas, relaxamento ...
5. Aprenda a viver sozinho: Solidão não precisa ser sinônimo de desconforto. O sentimento de isolamento, abandono, desamparo é uma coisa diferente de viver para si mesmo. Ninguém está sozinho. Estamos sozinhos por dentro. E se for esse o sentimento, convém explorá-lo e tentar curá-lo..
Saber quem procuramos ajuda muito para não errar na escolha. A pessoa que procuramos será dada, em grande medida, por quem somos, por nosso estilo de vida e por nossos valores e forma de pensar..
Precisaremos de alguém compatível com todos os itens acima. Ou seja, com quem podemos conciliar um estilo de vida (que vivemos na mesma cidade, por exemplo, se não estamos dispostos a nos mudar; com quem não temos conflito em nossas formas de pensar; com quem está disposto a aceitar o nosso mais amados hobbies., se você não os compartilha, ou nossas horas de dedicação a uma carreira profissional).
Sem todos os itens acima, suportar o negativo é um teste quase intransponível.
Saber, além disso, que tipo de relacionamento procuramos, é vital para evitar transtornos posteriores. A dupla opção de permanecer solteiro ou se casar na igreja acabou.
Hoje podemos ser namorados no fim de semana, dividir uma casa sem formalizá-la legalmente, ter relações abertas, priorizar a carreira profissional sobre a maternidade (com o que isso acarreta), cada uma de nós mora em casa, apesar de termos uma relação de compromisso.
As opções são inúmeras, mas você tem que saber o que estamos procurando e até onde estaríamos dispostos a desistir, se necessário..
Como você pode ver, a questão do casal não é pura questão de sentimentos. Sentimentos sim, mas com cabeça e sentido prático, é a melhor recomendação para todos aqueles que desejam viver uma relação íntima com outra pessoa e a procuram ativamente, seja no seu dia a dia ou na Internet..
Referências
Banús, MC; Ribot, M. De solteiro a LP: em busca do amor sem prazo de validade. Barcelona: Urano, 2008.
Muñoz, A. Inicie um relacionamento. Quando você descobrir que a outra pessoa não é o que você pensava. Em Motivação, Sobre em espanhol. Recuperado em 10 de janeiro de 2016 em http://motivacion.about.com/od/pareja/fl/Inicial-una-relacion-Cuando-descubres-que-la-otra-persona-no-es-como-creias. Htm
Merino, B. Mas você vai mentir sobre com ens vam conèixer. Barcelona: Ara Llibres, 2015.
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