Ferramentas parentais para transtornos do espectro do autismo

938
Alexander Pearson
Ferramentas parentais para transtornos do espectro do autismo

Os transtornos do espectro do autismo são um grupo de transtornos que afetam o desenvolvimento infantil.

O autismo foi definido em 1943 por Leo Kanner. É caracterizada pela presença de alterações qualitativas nas capacidades psicológicas que têm a ver com compreender o outro, com interação e comunicação.

Essas alterações coexistem com outras habilidades bem desenvolvidas como processamento visual, memória mecânica ou habilidades visuoespaciais, entre outras..

Assim, crianças com este transtorno não são capazes de se relacionar, comunicar, brincar ou se comportar como outras crianças de sua idade.

A forma como se manifesta varia muito de criança para criança, tanto no tipo de alterações como na gravidade. Podemos encontrar desde pessoas que não têm intenção de relacionamento e que manifestam isolamento absoluto até outras que adquirem a língua e têm interesse nos outros, mas eles encontram sérias dificuldades devido à sua falta de empatia e conhecimento das regras de interação social.

Ao nível dos comportamentos, podemos encontrar desde comportamentos estereotipados e ritualísticos até ideias obsessivas, rígidas ou perseverantes.

Epidemiologia

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) refletem alguns resultados de estudos realizados que nos informam sobre:

  • 1 em 110 crianças tem um Transtorno do espectro do autismo, estão presentes em todas as raças, etnias e grupos socioeconômicos.
  • são 4 a 5 vezes mais prováveis ​​na população masculina do que na feminina
  • entre gêmeos idênticos, se um tiver o transtorno, o outro irá apresentá-lo 60-90% das vezes
  • Pais com um filho com o transtorno têm uma chance de 2 a 8% de ter um segundo filho com o transtorno
  • estima-se que aproximadamente 10% das pessoas com a doença tenham um distúrbio neurológico, genético ou metabólico.
  • entre 30-51% das pessoas com o transtorno têm deficiência intelectual associada
  • cerca de 40% das crianças com transtorno do espectro do autismo não têm linguagem oral
  • um terço dos pais de crianças com o transtorno notaram um problema de desenvolvimento antes do primeiro aniversário e 80% dos pais notaram antes dos 24 meses de idade.

Objetivos de intervenção

A intervenção a nível individual em crianças afetadas pelo Chá tentará facilitar a aquisição de competências adaptativas, potenciar a sua autoestima, a capacidade de autodireção, o grau máximo de autonomia pessoal e promover o reconhecimento da individualidade.

Os objetivos gerais da intervenção devem se concentrar em:

  • Desenvolvimento de habilidades comunicativas, interativas e cognitivas. É preciso dotá-los de ferramentas que lhes permitam compreender melhor as pessoas e dar sentido às suas ações e relacionamentos..
  • Diminuição de comportamentos de interferência o prejudicar sua estabilidade emocional e independência e causar estados emocionais negativos.

É de vital importância que a família e o meio social se envolvam e facilitem todo o processo de intervenção, cooperando ativamente.

A compreensão global e a adaptação dos pais à nova situação, evitando focar apenas no transtorno, favorecerão atitudes positivas e melhor feedback entre pais e filhos..

Atitudes favoráveis

Existem vários Ações que pode ter um impacto favorável ou negativo no desenvolvimento integral da pessoa autista:

ATITUDES POSITIVAS
Atitude familiar A família deve ser o porto seguro para a criança, onde ela se sinta amada e aceita incondicionalmente. É o elemento mais importante de integração e adaptação da criança autista.
Amor e aceitação O diagnóstico do transtorno às vezes pode causar algum tipo de choque no meio social, o que acarreta um período de aceitação. É importante manter uma atitude positiva e acima de tudo construtiva. A negação da doença apenas contribui para um clima rarefeito.

Aceitar implica não se deixar vencer para enfrentar tudo o que ela acarreta, enfrentando a doença com otimismo e determinação..

Em formação É preciso adquirir conhecimentos que nos ajudem a saber tratar e valorizar todas as possibilidades da criança. É necessário conhecer a fundo o transtorno, coletando e assimilando todas as informações e utilizando as melhores técnicas para facilitar seu estilo de vida..
Expectativas As crianças autistas têm uma série de capacidades e habilidades diferentes das demais, por isso a criança determina seus próprios objetivos. A partir daí poderíamos orientá-los, incentivá-los a alcançá-los e, sobretudo, marcá-los com frequência para que saibam claramente o seu objetivo. É importante ser realista, pois esperar muito tempo pode ser frustrante. Devemos fornecer a você uma visão real do mundo e propor objetivos que você possa cumprir, seja a curto ou longo prazo..
Independência A atitude protetora não seria a melhor, pois promoveríamos a dependência da criança do ambiente familiar.

Desde que a criança mostre atitudes independentes em certas ocasiões, é quando devemos iniciá-la..

Comunicação A comunicação deve ser aberta e sincera para facilitar a fluidez do processo de comunicação com a pessoa afetada. Também é fundamental compartilhar sentimentos para fomentar um clima de apoio na família para crescermos felizes..
Suporte para O apoio emocional da família é sempre importante, por isso seria aconselhável interagir com pessoas que se encontrem na mesma situação.
ATITUDES NEGATIVAS
Interesse excessivo Há momentos em que os membros da família estão tão interessados ​​em monitorar a criança que passam a maior parte de suas horas cuidando dela..
Superproteção Essa atitude pode levar à ideia de que o autismo não permite que a criança se estabeleça como pessoa autônoma, fato totalmente falso, quem pode negar essa possibilidade somos nós mesmos. A atitude de superproteção para proteção deve ser mudada na medida adequada.
Isolamento Não é positivo para a criança ou para a família tentar viver em um mundo separado, sem se relacionar com os outros.

A criança deve frequentar a escola e aprender a se relacionar com seus colegas.

Rejeição Para muitos membros da família, o fato de testemunhar comportamentos autistas pode ser bastante complicado (já que não é fácil perceber como as crianças se machucam ou tentam atacar). Como resultado, alguns pais preferem ignorar essas atitudes como meio de autoproteção. Isso vai supor uma atitude de covardia que pode ser agravada e acima de tudo, que a intervenção no tempo dependerá disso.

Estratégias de intervenção

  • Como as crianças autistas prestam atenção especial às sensações, seria aconselhável colocá-los em situações em que eles têm que conhecer seu corpo, então, eles poderiam ver as representações dos tópicos que foram cobertos anteriormente e, assim, finalmente, introduzir uma conversa verbal.
  • A intervenção na comunicação e na linguagem é uma área prioritária de intervenção nos transtornos do espectro do autismo. Você pode começar falando sobre os objetos que se destacam em seu quarto. Uma vez explorado esse objeto, a criança pode fazer um desenho para representá-lo no papel e, como última etapa, pode descrevê-lo e tentar conversar sobre ele.
  • Se uma criança não inicia a comunicação, seria importante que os pais organizassem atividades em que a vontade de se comunicar fosse desenvolvida para "forçá-los".. Assim, por exemplo, poderia ser oferecido um desenho para colorir sem lhe dar os lápis de cor, para que a criança pedisse os instrumentos necessários para pintar. É muito importante que nos coloquemos no mesmo nível que a criança para compreender todas as suas pistas verbais e não verbais.
  • Outra área de intervenção são as alterações comportamentais que variam de movimentos corporais repetitivos a sintomas comportamentais.. Uma característica comum é adotar mau comportamento devido à falta de compreensão do que está acontecendo em seu ambiente, por isso seria importante não ceder às suas necessidades, mas oferecer-lhes a possibilidade de terem outra visão no mesmo. situação. Também ajudaria a melhorar essa atitude monitorar o mau comportamento para ver as possíveis causas que poderiam levar a ele, ao mesmo tempo em que a solução pode ser alcançada por meio de reforço positivo (como recompensas por boas atitudes).
  • O ambiente deve se adaptar para favorecer o ajuste da criança dar informações com antecedência sobre o que vai acontecer e o que foi feito (feedback).
  • Socialização, É provavelmente o mais difícil de lidar, pois é quase um desafio e cria estresse ou frustração. Atividades cooperativas em grupo podem ser introduzidas.
  • A organização do espaço e do tempo também seria necessária. Recomenda-se que tenham espaço próprio para se desenvolver, bem como horários e atividades para consulta. Seria importante que, sem entrar na rotina, eles tivessem que aprender a desenvolver um estado de improvisação em algum momento para evitar comportamentos inadequados.
  • É importante que estabeleçamos união por meio de contato corporal, estimulação e atividades ao ar livre, fomentando seu entusiasmo por uma atividade específica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

  • Comeche, M.I., Vallejo, M.A. (2012). Manual de terapia comportamental infantil. Madrid: Dykinson
  • Ruiz-Lázaro, P.M., Posada de la Paz, M., & Hijano Bandera, F… (2009). Transtornos do espectro do autismo: detecção precoce, ferramentas de triagem. Cuidados primários de pediatria, onze(Suplemento 17), 381-397. Recuperado em 6 de junho de 2016, de http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1139-76322009000700009&lng=es&tlng=es.
  • Viguer, P. (2015). Otimização evolutiva. Fundamentos do desenvolvimento ótimo. Madrid: Pirâmide

Ainda sem comentários